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O Cenário de 2022

sábado, 24 de outubro de 2015

A Enchente e a Hipocrisia

    Infelizmente Rio do Sul e região passam por mais uma enchente, não é a primeira, e muito menos será a última, em virtude das condições topográficas e hidrológicas da nossa região.
    O fato é que temos de aprender a conviver com isso (como já disse em postagem publicada em 2013), afinal de contas passaram-se já 4 anos desde 2011 e pouca coisa foi feita a fim de buscar amenizar esse problema, até porque contra a natureza não podemos nada.
    Das obras que foram e estão sendo realizadas, a de sobre-elevação das barragens é válida, entretanto as barragens servem apenas para amenizar as pequenas enchentes, pois nas grandes enchentes, que ocorrem quando chovem muito, após o momento que vertem perdem a sua função, sendo ainda que se as chuvas acontecerem abaixo das barragens, estas também ficam "sem função".
     Já o radar, bem o radar, não tem muito o que comentar, foram milhões que poderiam ter sido investidos na dragagem dos rios Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste e Itajaí-Açu, que é a obra mais importante que deveria ser feita e a que traria mais efeitos positivos, enquanto o radar apenas nos informa com pouca brevidade se vai chover, e para isso já temos bons meteorologistas que fazem seu papel de alerta e muito bem, como o Ronaldo Coutinho, que diferente do que afirmam, não creio que seja "terrorista", pois é melhor prevenir do que remediar.
      Em relação a outras obras que muitos comentam e que são prometidas sempre após esse tipo de evento, uma em especial me chama a atenção é a respeito da retirada de uma pedreira localizada no Salto Pilão em Lontras a fim de que a água do rio escoe mais rapidamente, acho que seria uma boa, mas sinceramente também acho que é difícil sair do papel, isso porque a mesma afetaria a Usina Salto Pilão no seu ponto de captação da água que passa pelas turbinas e gera energia elétrica, bem como faria com que piorasse a situação de cheias na região de Blumenau, e como sabemos aquela cidade tem maior importância e poderio econômico, e a economia esta sempre acima do bem comum, infelizmente.
     Sobre a enchente em si, é importante frisar que a população esta mais preparada e informada, especialmente com as redes sociais, bem como com as tecnologias que melhor permitem mostrar o fato, tecnologias essas que também deveriam ser aprimoradas no campo da previsão do tempo, campo em que acho incrível que a tecnologia esta atrasada, ou no qual faltam investimentos específicos em nossa região.
      Outro fato, e que esta elencado no título dessa postagem o qual quero deixar registrado é a hipocrisia, a qual é caraterística marcante de muitas pessoas, e muito se fez presente nesse "evento", afinal de contas vi muita gente postando no Facebook fotos de cães que precisavam ser resgatados, mas penso que se é possível tirar a foto, é possível realizar o resgate dos mesmos. Além disso, muitos postaram textos prontos moralísticos (que muitos nem os seguem), o que virou modinha, neste caso contra o abandono dos cães, coisa que também não pactuou, mas assim, é preciso levar em conta a situação crítica, é uma minoria que deixa propositalmente os cães a mercê na enchente, a maioria o fez em virtude de ter de deixar suas casas as presas, e é característico (instinto da sobrevivência) das pessoas pensar em si próprios primeiramente, e isso nesse caso não pode ser considerado crime como alguns defenderam. Ainda nesse aspecto, é importante repudiar aqueles que espalham por aí informações inverídicas, a fim de causar pânico, coisa que também ocorreu nesses últimos dias.
      Passado parcialmente a enchente, o que deve ser considerado é que devemos cobrar no dia-dia os políticos a fim de procurar solucionar pelo menos em parte o problema das enchentes, isso porque nas últimas a cobrança foi apenas momentânea e parece que com o passar do tempo a questão passou a cair no esquecimento, e isso começou na data de hoje, pois muito bem idealizado o protesto mostrou que não pactuamos com o desgoverno e não somos tão trouxas assim, pois mesmo necessitando de recursos para "reconstrução" após a enchente, não aceitamos mais essa politicagem que seria realizada na visita da presidente à região, a qual deu pra trás por medo do povo, e olha que o PT diz-se do povo.
    Por fim, ressalto que de nada adianta ficarmos apenas reclamando, o que muito aconteceu, sendo que o sensato e correto seria ajudar quando podemos, e por último, lembrem-se que também temos culpa no cartório, pois quantos de nós diariamente jogamos lixo no chão, e nos rios, e mesmo que isso tenha um impacto pequeno nas cheias, é um agravante.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

A Crise Humanitária Atual e a Imigração

    Estamos atualmente passando por uma profunda crise humanitária mundial, intensificada especialmente pelos conflitos no oriente médio em razão de confrontos ideológicos de religião, e de poder. E esse é um tema que vem gerando diversos debates mundo a fora.
    É sabido que no inicialmente o ser humano era nômade, haja vista que não se estabelecia de forma fixa por muito tempo em um mesmo lugar, estando sempre em busca de locais melhores (com mais alimentos, por exemplo), hoje a coisa não deixa de ser muito diferente, mesmo que tenhamos há muito tempo deixado de lado essencialmente esse perfil nômade, afinal de contas estamos sempre em busca de melhorar nossas condições de vida, o que passa pelo crivo da oportunidade, a qual se aparece e é melhor que as condições atualmente apresentadas vamos em busca e isso acaba por nos tornar imigrantes ou emigrantes.
     Na maioria das vezes a intensificação de processos migratórios dá-se por problemas enfrentados por países, exemplo disso foi às guerras mundiais, que, por exemplo, fizeram com que inúmeros italianos e alemães, especialmente, viessem a se estabelecer no Brasil, mais especificamente no sul do país.
     Atualmente, essa massa de migrantes dá-se em razão da fuga de conflitos e da pobreza, e inúmeros países estão recebendo essas pessoas, em especial a Europa, mesmo que muitas vezes a contragosto, e por isso a situação tornou-se calamitosa chegando ao patamar de uma enorme crise, gerando discussões de todos os tipos.
    O Brasil também é parte integrante desse processo migratório, ao receber nos últimos anos milhares de haitianos, mas é também preciso saber que não se pode receber tais pessoas a reveria, pois é preciso dar-lhes mínimas condições, e em um país onde seus nativos já passam por inúmeros problemas, tal atitude acaba sendo um pouco contraditória, até porque um exemplo, é que os mesmos tornam-se pela necessidade, uma mão-de-obra mais barata, o que gera desemprego aos nativos e em um círculo vicioso provoca a diminuição de salários.
     É importante salientar, que em situações desse tipo existe também a figura de que alguns dos que se arriscam a começar do zero em outro país, se aproveitam da situação, mesmo talvez estando em melhores condições que os demais para também buscarem algo melhor, e isso não pode ser condenado, pois é algo nato a todo mundo.
  Como muitos afirmam; sim, imigrantes trazem problemas de ordem social, mas é preciso auxiliá-los em sua adaptação, mas por outro lado, como em alguns países da Europa, em especial a Alemanha (olha que irônico que chega a ser, o país que exterminou milhares de pessoas por serem de uma “raça inferior”, é o que mais e melhor esta acolhendo os sírios, principal povo migrante do momento), onde se vê sua população envelhecer e não se renovar, a falta de mão-de-obra é grande, principalmente para atividades de menor prestígio, mas essenciais ao bom andamento do país, que como os nativos de tal lugar tem um maior nível de escolaridade, tais não “aceitam” realizar atividades do gênero, assim estes migrantes são bem-vindos.
   A questão que deve ser levada em conta, é que todos somos seres humanos, e o preconceito deveria já há muito tempo ser algo inexistente, mas não é fácil acabar com ele, por isso a questão não é tão facilmente resolvida. As pessoas precisam ser acolhidas, e é inadmissível deixar um semelhante desamparado quando este precisa de ajuda.
     É preciso tratar a situação com seriedade e adotar medidas sociais sérias a nível mundial, afinal de contas, esse não é o primeiro, muito menos será o último processo migratório.

domingo, 4 de outubro de 2015

Tempos de Crise: Será Mesmo Que O Brasileiro Não Desiste Nunca e Tem Realmente Orgulho de Ser Brasileiro?

     Cá venho eu escrever novamente a respeito do assunto crise, até porque o meu propósito com esse blog é escrever a respeito dos assuntos do dia-dia expressando opiniões, e este é o assunto do momento, pois estamos passando no Brasil por uma gravíssima crise, a qual só não a enxerga quem não quer. Obviamente que essa não é a primeira crise, e muito menos será a última, mas o momento é de alerta máximo.
    Essa crise foi desencadeada especialmente pelo governo federal através de medidas e tomadas de decisões equivocadas, escancarando ainda mais a precariedade do nosso país, e esta agravando muitas outras crises internas, como a política, que esta uma bagunça total, onde o bem do país nunca esta em primeiro lugar, mas somente os interesses dos partidos políticos (agora já são 35 com mais 3 aprovados em Setembro).
    Os maiores efeitos da crise são sentidos pelos cidadãos comuns, pois tudo aumentou com a alta da inflação (que, aliás tende a aumentar ainda mais com a alta do dólar que não é contida o suficiente com a intervenção do Banco Central, que logo corre o risco de ficar sem dólares em “estoque”), aumentando o custo de vida do cidadão, que esta perdendo até as suas “conquistas” que o governo insiste em propagar. Por isso eu digo, quem ainda consegue fazer mágica e poupar faz muito bem, e tem de guardar mesmo, pois o futuro próximo é cinzento.
    O governo não fez e não faz o seu papel, pois ao anunciar na semana passada medidas de cortes ministeriais, não o fez em nenhum momento pensando na contenção de gastos, mas sim, somente visando à governabilidade, a fim de conseguir apoio no congresso e senado federal para poder concluir o atual mandato.
     Para buscar voltar a crescer e diminuir os efeitos da crise, inúmeras medidas estão sendo discutidas e tomadas, entretanto a receita é a mesma já conhecida e utilizada há muitos anos: tirar da carne do brasileiro, dos trabalhadores e empresários, como se já não pagássemos o pato. Aumentaram os preços administrados (até o resultado da eleição presidencial do ano passado), como a energia elétrica e combustível, além disso, tiraram-se benefícios fiscais de alguns ramos de empresas (o que agrava ainda mais o desemprego já crescente), e querem retirar recursos do Sistema S (que tem um importantíssimo papel na vida de empresas, trabalhadores e estudantes, papel este que segundo a Constituição Federal o próprio governo deveria exercer, mas não o consegue), e como se isso já não bastasse querem elevar ainda mais a altíssima carga tributária brasileira com a volta da CPMF, carga tributária esta que a tempo já se pede por reforma que nunca saiu do papel.
    Tudo isso é o contrário do que o país precisa, pois para sair da crise é preciso trabalho, é preciso dar condições paras as empresas produzirem e serem competitivas, é preciso gerar empregos, é preciso estimular o consumo, mas as medidas anunciadas e em projeto vão tudo no caminho do contra, e assim, enquanto os outros países, até menores como o Chile, vão crescendo a passos largos, nós estamos encolhendo proporcionalmente.
    Como se isso já não fosse o suficiente, a Operação Lava Jato vai se desenrolando e descobrindo um emaranhado de podres com ligações enormes e mais complexas do que as que um gato faz quando brinca com um novelo de lã, atingindo em cheio o governo e políticos do alto escalão, mas os chefões ainda continuem de pé e rindo da nossa cara.
    Mesmo diante disso tudo, a mobilização dos brasileiros diminuiu e tudo esta sendo aceito “goela abaixo”, e aí eu sou obrigado a discordar daquela velha frase e bordão brasileiro de que “o brasileiro não desiste nunca”, pois a cada nova convocação para ir às ruas protestarem o público foi menor, chegando ao patamar de praticamente acabarem as manifestações, e aí me desculpe, mas não tem como se ter orgulho de ser brasileiro, um povo que aceita tudo sem pestanejar.