Vivemos tempos ditos modernos, porém as
situações ou problemas pelos quais passamos são os mesmos desde a vida em
sociedade iniciar-se, porém estes apenas tem hoje uma casca diferente, mas a
raiz deles são iguais aqueles já vividos. Nesse aspecto destaca-se a busca por
poder, que hoje se apresenta através das ditas guerras comerciais, ou através
da demonstração de força bélica.
O comércio, e em seguida o dinheiro que ele
gera hoje dá poder a um país, consequentemente quanto maior a fatia do mercado
que um país possui, maior a sua importância globalmente e assim ele ganha poder
e exerce maior influência.
Dito isto, fica fácil entender o porquê de
cada vez mais se ver noticiado na mídia, brigas entre países relacionados a
questões comerciais, como recentemente os casos envolvendo China e Estados
Unidos, e Rússia e Arábia Saudita, por exemplo.
No primeiro caso, as disputas comerciais
não são de hoje, e vem crescendo a medida que a China passa a tomar conta do
mercado com seus produtos. Recentemente a briga se acirrou com a maior taxação
de produtos imposta pelo governo norte americano, e que não ficou sem resposta
do governo chinês que tomou a mesma ação em relação aos produtos norte
americanos. Nesse vai e vem de acusações e taxações de ambos os lados, o resto
do mundo ficou assistindo, porém sofrendo com a alta do dólar e consequente
desvalorização de suas moedas, bem como com quedas em suas bolsas de valores,
até que os dois protagonistas do comércio mundial costuraram um novo acordo
mundial. Mas agora que as coisas melhoraram veio a crise da pandemia do
COVID-19 e embaralhou tudo novamente, com os dois países trocando acusações,
que no fundo são apenas busca por mais poder e não preocupação com a saúde. Agora
o negócio é esperar e ver como o comércio mundial e os principais entes dos
mesmos sairão dessa e se comportarão de agora em diante, visto que o impacto
será grande, bem como a geopolítica comercial poderá ganhar novos desenhos após
esse episódio.
No segundo caso ocorreu também muito
recentemente um fato impactante, que tratou de apenas um item do comércio
mundial, todavia um dos mais vitais, o petróleo. Até os dois países entrarem em
um acordo com a Arábia Saudita vindo a reduzir a sua produção de petróleo,
mesmo essa discussão sendo breve, o mercado mundial foi atingido, primeiramente
com a subida do dólar e preço do barril do petróleo, e depois com a queda
drástica do valor do mesmo, chegando até a fechar negativo.
Como resultado dessa imensa disputa, por
vezes invisível, tem-se também a costura de acordos comerciais bilaterais ou
entre blocos econômicos, o que se tornou constante ultimamente. O Brasil, por
exemplo, com a guinada política que enfim teve, mudou radicalmente seu viés de
relações internacionais, deixando de lado o apoio a países de viés socialistas,
e passou em especial a colar com os Estados Unidos. Também encabeçou e enfim,
após vários anos e tentativas firmou acordo com a União Europeia através do
Mercosul, o que nos próximos anos deverá ser ainda mais costurado até tornar-se
ativo.
Nesse mesmo ínterim a demonstração de poder
bélico também tem importância e faz com que de alguma forma o país ganhe poder
frente aos demais. Neste caso pode-se destacar recentemente as farpas trocadas
entre Estados Unidos e Irã, bem como entre Estados Unidos e Coréia do Norte. No
primeiro exemplo, em que novo episódio aconteceu no início de 2020, o mundo
inclusive ficou alerta, frente a uma possível nova guerra com vias de fato,
porém tudo ficou apenas novamente no discurso, para o bem de todos,
todavia não é de hoje que o Irã está enriquecendo urânio afim de produzir sua
própria arma nuclear. No caso da Coréia do Norte a briga é antiga e se intensifica
de vez em quando o país norte coreano se mexe realizando testes com mísseis,
porém por enquanto, devido ao país ser muito fechado não dá pra saber ainda o
real potencial bélico do país. O que dá pra afirmar é que sua tática funciona,
mesmo que talvez não 100% como esperam, mas por vezes conseguem firmar acordos
pra diminuir embargos, e conseguem alimentos, o que é uma das maiores
necessidades de sua população devido a miséria que se faz presente no país
comunista e mais isolado.
O fato é que as situações e conflitos, graças
que ainda não físicos, continuarão a ocorrer e cada vez com mais frequência com
o passar dos anos, sendo que os mesmos resultarão sempre em apreensão nos
demais países, haja vista todos fazerem parte do ápice da globalização. Porém
espera-se que o diálogo seja sempre o norte de resolutividade para esses casos,
e que quem sabe no futuro a busca por poder não seja o foco dos países, e que
em consequência todos ganhem maior expressão no comércio mundial, vindo a
termos uma maior igualdade entre as nações. Ah, como ser utópico as vezes é
bom!