Apesar de alguns indicadores
econômicos já mostrarem uma leve melhora na situação do país, é bem verdade que
o Brasil vai mal, muito mal por sinal, todavia isso não é reflexo somente dos
erros de agora, mas sim do passado, e não só ocorridos nos governos anteriores,
mas sim desde a descoberta do país a mais de 500 anos.
Em primeiro lugar é importante ressaltar
que o país não foi “descoberto” pelos português, até porque índios (os de
verdade, não os de hoje que querem ter as coisas que os “brancos” tem) já
habitavam por aqui, além de que anteriormente espanhóis e até holandeses já
haviam passado por terras tupiniquins, porém esses detalhes, como muitos outros
da história nacional foram propositalmente esquecidos e não são ensinados nas
escolas, enquanto por outro lado, difunde-se um ensino tendencionista, como o marxista
nos dias de hoje.
Seguindo o rumo da história, por muitas décadas o país ficou esquecido
pelos portugueses que não acharam esse território tão bom assim, sendo que
somente com o início da extração do Pau-Brasil que o país ganhou determinada “importância”.
Com isso começou a degradação ambiental e alguns portugueses (ladrões e
bandidos em sua maioria) foram mandados pra cá, a fim de preservar a terra
descoberta, haja vista que os espanhóis estavam de olho em tomar essas que
estavam esquecidas. Foi somente no começo do século XIX, quando a família real
portuguesa veio pra cá, acovardada e por medo de Napoleão Bonaparte que o
Brasil passou pelo primeiro “boom” e realmente passou por mudanças
significativas (detalhe: enquanto isso na Europa a indústria já estava a todo
vapor).
Foi só ao final do século XIX que o país aboliu a escravatura (o último
país, por sinal) e a república foi proclamada. No início do Século XX poucos
fatos novos aconteceram por aqui, a se destacar a crise de 1929 que atingiu a
indústria do café. Grandes mudanças ocorreram apenas na década de 40 no segundo
governo de Getúlio Vargas, como a criação das leis trabalhistas e o início da
urbanização em massa. Grandes investimentos ocorreram na década seguinte com
Juscelino Kubitschek, sendo o destaque a construção de Brasília e consequente
mudança da capital do país (na minha visão, um dos piores investimentos
realizados no país até hoje).
Já na década de 60 o país passou por um “baque”
com o golpe militar de 1964 tão criticado pelos esquerdistas, mas que na minha
visão foi leve e não foi de todo ruim, haja vista que tem quem quer um novo
atualmente, além de que os maiores investimentos em infraestrutura foram
realizados nessa época, como a abertura, construção e asfaltamento de estradas
importantes e construção das grandes usinas hidrelétricas.
Nos anos 80 veio a
redemocratização, tão esperada e festejada pelo povo após muita “luta”, todavia
se enganou e se iludiu totalmente quem pensou que isso seria o início da
solução dos problemas do país, haja vista que esse processo desencadeou o maior
esquema de corrupção do mundo e perda de oportunidades pelo país. Figuras
políticas da pior qualidade como Sarney, Maluf, Eduardo Cunha, Renan Calheiros,
Lula, Aécio Neves, entre muitos outros, fizeram e ainda fazem a festa devido a
isso. Inicialmente viveu-se a inflação galopante e exponencial diariamente e a
criação de diversos planos econômicos e moedas. Aí, passou-se pelo primeiro impeachment
da história do país, o de Collor, e com a criação do Plano Real parecia que o
país iria de “vento em popa” dali em diante, mas só parecia mesmo. Logo em
seguida com a compra por parte de FHC do direito a reeleição o país voltou a
desandar e a esquerda se aproveitou disso e levou Lula ao poder.
Aproveitando-se de um bom momento econômico internacional o Brasil cresceu
bastante, porém por debaixo dos panos as coisas eram feias. Quando a crise
chegou ao país, que não havia devidamente se estruturado no período de “vacas
gordas” o “bicho” literalmente pegou novamente, e hoje estamos onde estamos.
Entretanto, é fato inegável que o país mudou totalmente nas duas últimas duas décadas,
porém apenas devido a tendência mundial da tecnologia, mas mesmo assim estamos
muito atrasados.
Infelizmente, nos dias de hoje o país paga
a conta dos erros do passado (alguns dos quais foram acima citados), além disso,
continua a errar, e assim fica difícil presumir que logo estaremos em um
patamar diferente e muito melhor num futuro breve.
Dentre os erros de hoje, e que acredito que
independentemente de quem está ou estivesse no poder estariam ocorrendo, está a
condução política e econômica do país, onde as reformas em discussão não
poderiam nem ser chamadas de reformas, pois não trazem ruptura ou melhoria significativa
para o que já se tem atualmente.
Tudo o que está sendo proposto é muito mais
em prol do sistema político do que para o povo, aliás, para o povo os políticos
estão “pouco se lixando”, só os ouvindo na hora de pedir voto, o que é uma
herança maldita do “jeitinho brasileiro” de ser e agir. Por mais que as
reformas sejam necessárias, elas precisam ser coerentes com o porquê de suas
necessidades, pois no fundo a reforma da previdência, por exemplo, é necessária
para diminuir o déficit fiscal do estado brasileiro, todavia esse também deve
ser realizado através da adoção de medidas que reduzem os gastos do governo,
como um maior combate a corrupção, e a reforma precisa ser efetiva, ou seja,
não pode conceder caráter de exceção, ou melhor “agradinhos” para certas
categorias.
Já o projeto de privatizações é bastante
louvável, todavia ele não pode ser apenas concebido para aumento das receitas
do governo, é preciso pensar a longo prazo e definir muito bem cada projeto
para não dar poder demais ao setor privado, pois aí o governo vai ficar cada
vez mais na mão dos grandes empresários, e a corrupção vai triplicar se a
justiça continuar cega. É preciso levar em consideração que assim como um país que
controla tudo não é bom, um país liberalista demais também não é saudável. Como
exemplo, é necessário preservar a natureza, mas isso não pode impedir
investimentos, e muito menos os investimentos podem justificar a total
degradação ambiental.
Falando em justiça cega, enquanto o réu continuar
a escolher o seu juiz e/ou o dinheiro comprar a hombridade do homem vai ser
difícil vermos os “chefões” pagarem por seus crimes que são hediondos, tendo em
vista que o dinheiro desviado deixa de ir para hospitais, para o combate ao
crime, para a educação, para o combate a fome, etc, e assim literalmente mata
não só sonhos e oportunidades.
Em suma, Temer está mais perdido que agulha
em palheiro e cercado de corrupção e corruptos, e mesmo não precisando do apoio
da sociedade e não sofrendo pressão do povo, não consegue fazer o que prometeu
e o país andar, isso porque está nas mãos de bandidos, ficando limitado dando “esmolas”
ao povo, aumentando impostos e tentando emplacar minirreformas.
Por fim tem-se a fatídica reforma política, onde das duas uma: ou eles
acham que somos palhaços, ou nós em sua maioria realmente o somos. É inadmissível que os partidos políticos
tenham direito a tamanhos numerários e gastem tanto em campanhas políticas,
enquanto muitos sofrem tendo acesso apenas a migalhas, e pior sendo esse
dinheiro público. Além disso, querem ainda mais, e as mudanças propostas só
favorecem aqueles salafrários que já estão no meio político, impedindo que
nomes novos e bem intencionados cheguem no mesmo posto, posto esse que não pode
ser carreira.
Já do lado de cá, ou seja, do povo as
coisas também não vão bem atualmente. Estamos passando por uma tempestade de
opiniões: de um lado os politicamente corretos versus os politicamente
incorretos, de outro os extremistas de direita versus os extremistas de
esquerda, e assim criam-se discussões por vezes desnecessárias que dividem as
pessoas, hoje num cenário Lula X Bolsonaro. É preciso lembrar que tudo em
excesso faz mal, seja para um lado ou para o outro. Os únicos extremos bons
existentes que conheço são os polos positivo e negativo das pilhas e baterias.
O fato é que o Brasil é um país
inexperiente, novo ainda, o que é ruim por um lado, mas bom por outro. Além
disso, somos um país multifacetado e que por mais incrível que possa parecer tem
sim solução. Agora, mais do que nunca é preciso que sejamos pessoas corretas,
de cobrarmos e mostrarmos nossa força.