Inundou-se nos últimos tempos notícias a
cerca de casos denominados de racismo mundo a fora, principalmente nos últimos
2 anos, e isso é o que essa postagem vem tratar. Mas será mesmo que o racismo
aumentou na sociedade e estamos mais intolerantes? Ou será que agora esses fatos
são apenas mais noticiados? Ou são levados mais adiante com as pessoas ficando
menos caladas? Ou isso virou modismo?
Bem, apresenta-se abaixo visões a cerca
disso, principalmente porque o tema está latente ultimamente após eclodirem
casos relacionados a isso na mídia como no futebol (não só brasileiro), e o
caso emblemático do consumidor gaúcho de uma rede de supermercados que foi
morto no mesmo. Mas será que foi o racismo que levou as vias de fato? Ou o
desentendimento anterior com atendentes, ou o soco dado em um segurança? Do
mesmo modo, se a sociedade está tão racista, como que muitos dos maiores
destaques mundiais em diversos esportes são auto declarados negros? No futebol
brasileiro, por exemplo, na maioria dos times fica difícil apontar uma mão
cheia de jogadores “literalmente auto declarados brancos”.
Em primeiro lugar quero deixar bem claro
que não são racista e não compactuo com tais atos, e ao mesmo tempo, fazer uma
análise mais profunda do fato e fazer algumas indagações a respeito, não é
contraditório a isso. Para algumas situações é preciso se comportar como um “em
cima do muro”, e isso é preciso ser aceito, o que cada vez é mais raro. Não é
por não concordar com uma questão ou causa, que necessariamente se é contrário
a mesma e se lute por seu oposto.
Infelizmente, cada vez mais está-se por rotular as pessoas, e está mais
que na hora de entender que rótulos são maléficos para a sociedade como um todo.
É bem verdade que no mundo virtual é
perceptível que não só para com os negros, mas para com outras “cores” e
definições as pessoas estão mais intolerantes. Passaram a usar muito mais
filtros para fotos, porém menos para o que escrevem, deixando os dedos
escreverem automaticamente sem raciocinarem direito, porém fora do mundo
virtual não percebo uma explosão de casos do tipo. Óbvio que a região em que
estou inserido talvez contribua para isso e não seja a realidade que todos
percebem, porém é uma visão particular, e vale a análise individual de cada
leitor.
Nesse sentido é que se faz extremamente
necessário ressaltar o contexto, situação, forma, tom de voz, etc, que
expressões digamos racistas são reveladas ou presenciadas. Nem tudo que é dito,
por exemplo, pode ser considerado racismo, é preciso ponderar todos esses
aspectos para se chegar a tal “veredito”. Apelidos, brincadeiras, etc tem
expressões que dependendo da forma que são usadas podem ser racismo, porém isso
na grande maioria dos casos passa longe de ser racismo. Quem que não conhece
alguém que tem o apelido de negão, neguinho, nego, ou leva isso como “sobrenome”?
Só uns exemplos.
Mais uma vez lembro que tudo que é levado
ao extremo é ruim. Quando diz-se modismo, refere-se não a quem recebeu a
ofensa, mas o restante da sociedade que levanta campanhas, hashtags, etc, por
vezes sem conhecer a fundo como a mesma surgiu, o que se busca com ela, levando
muitos a se encherem e tratarem tais situações com o famoso - Lá vem esse
mimimi de novo! O que por vezes mais separa do que junta adeptos digamos. Mas é
importante ressaltar que a causa sim é crescente, vide os últimos episódios
ocorridos principalmente nos EUA (apesar do uso de violência desnecessária as vezes),
e em manifestações de pessoas famosas.
Também é verdade que infelizmente, em toda
a construção da sociedade levamos esse legado do racismo, que sempre existiu,
mas por medo de retaliações, também é verdade, o ofendido ficava muito mais
quieto, já hoje em dia ele sabe que tem onde recorrer e quem o ouvirá, então
por isso aparentemente pode ser que percebe-se mais o racismo hoje em dia
porque se fica menos quieto, e consequentemente mais isso vai aparecer na
mídia. E claro, não se pode esquecer do papel dela nesse bolo, esse é um
assunto que ela gosta de retratar, pois sabe que dá repercussão.
No Brasil principalmente, creio que existe
um racismo estrutural inserido dentro de algumas situações, porém é mais
exceção. Por exemplo, o sul do país é muito taxado de racista principalmente
por causa de sua população de imigrantes advindos de vários países europeus, porém
isso é inverídico, pois é a região com o maior número de culturas diferentes
vivendo em harmonia. Por exemplo, o povo haitiano foi abraçado por essa região,
hoje muitos venezuelanos estão vindo pra cá também. Para contrariar isso tem-se
os dados de desemprego de Santa Catarina como exemplo, que é a menor taxa do
país, e estado que liderou o número de emprego formais no ano passado. Será que
se aqui fosse tão racista teríamos realmente esses números? Não deveria ser ao
contrário, com essas pessoas não recebendo oportunidades?
Aqui se apresenta um adendo, pois é preciso
tomar muito cuidado, pois essa e outras questões estão mais por separar as
pessoas e piorar isso, do que o contrário, principalmente por serem usadas
politicamente. Acredito que justiça parcial não é justiça, e por isso acredito
que o uso de cotas, no caso raciais, não resolvem o problema. Para haver
igualdade um lado não pode ser colocado acima de outro na gangorra,
independente dos argumentos que se apresente. Os números que se mostram
diariamente também precisam ser analisados mais criticamente, por exemplo, em
um país onde mais pessoas se autodeclaram negras, não é meio óbvio que números
absolutos mais pessoas e percentual dessas assim autodeclaradas é que são de
presos, ou infelizmente assassinadas brutalmente, como nos morros do Rio de
Janeiro, onde a minoria é de pessoas com outra auto declaração?
Confesso que não tenho pesquisas para aqui
postar e comprovar nada do escrito acima, até porque não é o intuito desse blog
ser assim técnico, mas sim apenas colocar ideias para que qualquer leitor possa
refletir e inclusive pesquisar para ter mais informações e fontes a cerca do
assunto tratado, por isso que nenhuma das sentenças são finais, ou seja,
apresentam-se reflexões de uma visão holística a cerca do tema, sem
julgamentos.
Para encerrar, como em muitas
religiões se diz; somos todos irmãos, e é assim que gostaria de ver as pessoas
se tratando, mas infelizmente hoje isso ainda é utopia, mas quem sabe o que a
evolução da sociedade não nos revelará ainda.