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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Vamos Refletir Sobre o Racismo?

     Inundou-se nos últimos tempos notícias a cerca de casos denominados de racismo mundo a fora, principalmente nos últimos 2 anos, e isso é o que essa postagem vem tratar. Mas será mesmo que o racismo aumentou na sociedade e estamos mais intolerantes? Ou será que agora esses fatos são apenas mais noticiados? Ou são levados mais adiante com as pessoas ficando menos caladas? Ou isso virou modismo?

   Bem, apresenta-se abaixo visões a cerca disso, principalmente porque o tema está latente ultimamente após eclodirem casos relacionados a isso na mídia como no futebol (não só brasileiro), e o caso emblemático do consumidor gaúcho de uma rede de supermercados que foi morto no mesmo. Mas será que foi o racismo que levou as vias de fato? Ou o desentendimento anterior com atendentes, ou o soco dado em um segurança? Do mesmo modo, se a sociedade está tão racista, como que muitos dos maiores destaques mundiais em diversos esportes são auto declarados negros? No futebol brasileiro, por exemplo, na maioria dos times fica difícil apontar uma mão cheia de jogadores “literalmente auto declarados brancos”.

    Em primeiro lugar quero deixar bem claro que não são racista e não compactuo com tais atos, e ao mesmo tempo, fazer uma análise mais profunda do fato e fazer algumas indagações a respeito, não é contraditório a isso. Para algumas situações é preciso se comportar como um “em cima do muro”, e isso é preciso ser aceito, o que cada vez é mais raro. Não é por não concordar com uma questão ou causa, que necessariamente se é contrário a mesma e se lute por seu oposto.  Infelizmente, cada vez mais está-se por rotular as pessoas, e está mais que na hora de entender que rótulos são maléficos para a sociedade como um todo.

    É bem verdade que no mundo virtual é perceptível que não só para com os negros, mas para com outras “cores” e definições as pessoas estão mais intolerantes. Passaram a usar muito mais filtros para fotos, porém menos para o que escrevem, deixando os dedos escreverem automaticamente sem raciocinarem direito, porém fora do mundo virtual não percebo uma explosão de casos do tipo. Óbvio que a região em que estou inserido talvez contribua para isso e não seja a realidade que todos percebem, porém é uma visão particular, e vale a análise individual de cada leitor.

    Nesse sentido é que se faz extremamente necessário ressaltar o contexto, situação, forma, tom de voz, etc, que expressões digamos racistas são reveladas ou presenciadas. Nem tudo que é dito, por exemplo, pode ser considerado racismo, é preciso ponderar todos esses aspectos para se chegar a tal “veredito”. Apelidos, brincadeiras, etc tem expressões que dependendo da forma que são usadas podem ser racismo, porém isso na grande maioria dos casos passa longe de ser racismo. Quem que não conhece alguém que tem o apelido de negão, neguinho, nego, ou leva isso como “sobrenome”? Só uns exemplos.

    Mais uma vez lembro que tudo que é levado ao extremo é ruim. Quando diz-se modismo, refere-se não a quem recebeu a ofensa, mas o restante da sociedade que levanta campanhas, hashtags, etc, por vezes sem conhecer a fundo como a mesma surgiu, o que se busca com ela, levando muitos a se encherem e tratarem tais situações com o famoso - Lá vem esse mimimi de novo! O que por vezes mais separa do que junta adeptos digamos. Mas é importante ressaltar que a causa sim é crescente, vide os últimos episódios ocorridos principalmente nos EUA (apesar do uso de violência desnecessária as vezes), e em manifestações de pessoas famosas.

    Também é verdade que infelizmente, em toda a construção da sociedade levamos esse legado do racismo, que sempre existiu, mas por medo de retaliações, também é verdade, o ofendido ficava muito mais quieto, já hoje em dia ele sabe que tem onde recorrer e quem o ouvirá, então por isso aparentemente pode ser que percebe-se mais o racismo hoje em dia porque se fica menos quieto, e consequentemente mais isso vai aparecer na mídia. E claro, não se pode esquecer do papel dela nesse bolo, esse é um assunto que ela gosta de retratar, pois sabe que dá repercussão.

    No Brasil principalmente, creio que existe um racismo estrutural inserido dentro de algumas situações, porém é mais exceção. Por exemplo, o sul do país é muito taxado de racista principalmente por causa de sua população de imigrantes advindos de vários países europeus, porém isso é inverídico, pois é a região com o maior número de culturas diferentes vivendo em harmonia. Por exemplo, o povo haitiano foi abraçado por essa região, hoje muitos venezuelanos estão vindo pra cá também. Para contrariar isso tem-se os dados de desemprego de Santa Catarina como exemplo, que é a menor taxa do país, e estado que liderou o número de emprego formais no ano passado. Será que se aqui fosse tão racista teríamos realmente esses números? Não deveria ser ao contrário, com essas pessoas não recebendo oportunidades?

    Aqui se apresenta um adendo, pois é preciso tomar muito cuidado, pois essa e outras questões estão mais por separar as pessoas e piorar isso, do que o contrário, principalmente por serem usadas politicamente. Acredito que justiça parcial não é justiça, e por isso acredito que o uso de cotas, no caso raciais, não resolvem o problema. Para haver igualdade um lado não pode ser colocado acima de outro na gangorra, independente dos argumentos que se apresente. Os números que se mostram diariamente também precisam ser analisados mais criticamente, por exemplo, em um país onde mais pessoas se autodeclaram negras, não é meio óbvio que números absolutos mais pessoas e percentual dessas assim autodeclaradas é que são de presos, ou infelizmente assassinadas brutalmente, como nos morros do Rio de Janeiro, onde a minoria é de pessoas com outra auto declaração?

    Confesso que não tenho pesquisas para aqui postar e comprovar nada do escrito acima, até porque não é o intuito desse blog ser assim técnico, mas sim apenas colocar ideias para que qualquer leitor possa refletir e inclusive pesquisar para ter mais informações e fontes a cerca do assunto tratado, por isso que nenhuma das sentenças são finais, ou seja, apresentam-se reflexões de uma visão holística a cerca do tema, sem julgamentos.

    Para encerrar, como em muitas religiões se diz; somos todos irmãos, e é assim que gostaria de ver as pessoas se tratando, mas infelizmente hoje isso ainda é utopia, mas quem sabe o que a evolução da sociedade não nos revelará ainda.