E aconteceu o que muitas pessoas de bem
temiam e que já vinha se desenhando: as condenações do ex-presidente Lula foram
canceladas pelo STF com o argumento de que outra vara de justiça deveria ser a
responsável por analisar o caso. E é sobre isso que irei discorrer aqui nessa
postagem.
A verdade é que há tempo o STF deixou de
cumprir o seu fiel dever de ser o guardião da constituição, vide as recentes
decisões contrárias ao que consta escrito em nosso documento máximo, bem como
interferência que vem realizando nos demais poderes. Porém isso não é difícil
de entender, pois era sabido desde o começo que o atual governo enfrentaria
todos e teria dificuldades para governar, haja vista, por exemplo, a maioria
dos atuais ministros do STF terem sido ali colocados pelos governos do PT,
sendo que muitos tinham muita proximidade direta com o partido e seus
correligionários.
Mas deixando de lado essa colocação, o que
alguns vão dizer que é pura teoria da conspiração, as decisões anteriores, os
fatos mais recentes relacionados a Operação Lava Jato como o vazamento
criminoso e ilegal de conversas realizados entre procuradores e demais
integrantes da mesma e que mesmo assim foi utilizada como prova, e a decisão
errada de Moro de participar do governo Bolsonaro e sua saída turbulenta do
mesmo, já davam indícios de que levariam ao descrédito da operação por parte de
juízes, alguns que já eram críticos da mesma, e que tudo isso seria usado pelos
advogados de Lula.
Tudo isso também é reflexo de algo que já
citei em postagens anteriores a respeito, de que a operação corria riscos e eu
tinha receios que isso se concretizasse, pois por inúmeras vezes a mesma se
utilizou de ferramentas e espetáculos midiáticos desnecessárias em suas ações,
porém tudo de forma proposital, como já afirmado por integrantes da mesma, que
queriam trazer o povo para a causa. Agora isso não significa dizer que não
existem provas, ou que as mesmas são ilegais. São inúmeras as provas, onde
espera-se mesmo que com desconfiança disso de que a condenação seja mantida,
agora quando vai acontecer na nossa justiça de passos de tartaruga não se sabe.
É importante ressaltar que Lula não foi
inocentado, apenas deve ser julgado novamente por outra vara, o que também é
incrível de se chegar a essa conclusão apenas agora, pois o processo do mesmo
passou por vários juízes, instância e muitos recursos, causando enorme
estranheza. Fazendo com que mais pessoas ainda confiem ainda menos na justiça
brasileira, considerando ineficaz e parcial. Também é necessário destacar como
essa decisão será considerada para os inúmeros outros casos e condenações
realizadas.
Porém o maior reflexo disso tudo é dar
argumento ao mesmo de que foi perseguido e trazê-lo de volta ao jogo político,
como candidato ou grande apoiador de outro para o pleito nacional de 2022. Tal
eleição agora definitivamente já começou, e a figura deste trás grande
indefinição de que rumo o país vai tomar, tendendo infelizmente para a esquerda
novamente. Mais incrível ainda são os eleitores que ainda votam no mesmo, e os
argumentos utilizados, pois é impossível comparar décadas diferentes com
variáveis totalmente diferentes. Por exemplo, o valor da gasolina está alto
sim, mas convertido em salário mínimo hoje dá para comprar mais litros da mesma
do que em tais anos, porém mesmo desenhando é difícil se fazer entendido, por
quem tem pensamento único e não quer procurar entender argumento contrário.
Quem perde com isso é o Brasil e o
brasileiro que caem em maior descrédito e ficam passíveis de uma nova
estagnação econômica, ficando mais perto de se tornar uma nova Venezuela. A
polarização se intensifica e coloca medo para o próximo processo eleitoral que
pode se tornar hostil de ambas as partes.
E para concluir o que escrever? Não sei. Talvez deixar registrado uma
utopia de que as gerações futuras mudem efetivamente os rumos de nosso país,
que façam leis e as cumpram, que sejam honestos, mas isso é bem surreal ainda,
pois o caminho que se percebe é do contra, de um liberalismo enorme e
insensato, mas vida que segue, cada um com sua consciência própria e de
preferência não influenciada.