Um famigerado momento previsto para o ano de 2020 chegou, e nem a pandemia de Coronavírus o impediu de ser realizado no Brasil, apenas adiado, as eleições municipais de 2020.
Todavia isso não foi exclusividade do
Brasil, os Estados Unidos também passaram por esse momento, no caso de lá foram
eleições presidenciais. Por mais que esse ato seja o maior demonstrativo de
democracia, ser realizado em meio a tudo que estamos vivendo é um erro, sendo
que deveria ter sido adiado, pois por mais seguro que possam ter sido os
protocolos de segurança quanto a saúde do mesmo, ele foi um momento de forte
disseminação do vírus, e os reflexos disso serão percebidos nos próximos dias
com a temida 2ª onda de contaminação.
Falando nos EUA, o resultado daquela
eleição não chega a surpreender, haja vista que por mais que não seja oficial
ainda, a vitória de Joe Bieden nada mais é do que o reflexo da péssima condução
da pandemia naquele país por parte de Donald Trump e não por mérito de Biden.
Não fosse a pandemia muito que provável o resultado da eleição seria diferente.
Agora o que salta aos olhos nesse episódio é o complexo processo eleitoral
estadunidense, que dá margem a insinuações e espanta por não ser eletrônico num
dos países mais tecnológicos do mundo. Também chama a atenção a insistência de
Trump em se recusar a aceitar a derrota, comportando-se como menino mimado. E o
motivo da derrota de Trump e o comportamento do mesmo servem de exemplo para
Bolsonaro, pois se nada diferente for feito em seus próximos anos de governo, o
seu destino possivelmente será o mesmo de Trump, com o socialismo voltando ao
poder infelizmente.
Em se tratando dos reflexos da eleição de
Biden para o Brasil, estes em princípio tendem a ser nada bons. Primeiro porque
Bolsonaro estava fortemente alinhado a Trump, fazendo inclusive campanha para o
mesmo, e Biden representa a antítese de Biden além do socialismo. E em segundo
lugar, porque inclusive em debate Biden já havia dito que era contra a política
ambiental brasileira, indicando assim que vai querer interferir na gestão da
Amazônia, por exemplo, sendo que nesse sentido corretamente Bolsonaro é
ferrenho defensor da soberania nacional. Dentre outras questões e aspectos,
isso vai atingir fortemente o setor agropecuário brasileiro que possivelmente
terá sanções para exportações para aquele país e outros influenciados por ele,
devido a questão ambiental, e assim o Brasil perde muito, pois como bem sabemos
nosso país é um forte exportador de commodities, e assim mais perto de uma nova
crise podemos ficar.
Já em relação as eleições municipais
brasileiras, estas aconteceram devido forte pressão dos partidos políticos para
que pudessem despejar milhões de reais em campanhas, a fim de não perder esse
enorme e injusto recurso que é público, e assim essa sede pode ser saciada.
Em relação a mesma destaca-se o crescimento
no número de candidatos, especialmente a prefeito e de partidos menores,
reflexo da mini reforma eleitoral realizada nos últimos anos, e assim na
maioria das cidades houve aumento no número de candidatos postulantes a
prefeito. Outro destaque é o fato da não mais existência das coligações para
vereadores, também reflexo da citada reforma, que porém para muitos foi mal
explicada, pois dizia-se que assim simplesmente os candidatos a vereador mais
citados seriam eleitos, o que não é verdade, pois continuou a existir o
coeficiente eleitoral, mas que agora deve ser atingido por partido, e quando
atingido garante uma cadeira para o mesmo, e assim não necessariamente se
elegeram os mais votados. Detalhe também para a questão do atraso na divulgação
dos resultados das eleições por parte de mudanças promovidas pelo TSE.
No Alto Vale do Itajaí, nossa região, os
destaques da pré-eleição foram as disputas nervosas em Agronômica, Taió, e
especialmente Lontras, com ameaças inclusive, bem como os tiros dados contra
candidato a prefeito em Agrolândia. Já o outro destaque, que vem ao encontro do
acima citado no parágrafo anterior é o fato do alto número de postulantes a
prefeito, vide o caso de Rio do Sul, e olha que o número poderia ter sido até
maior, pois teve desistente e reviravoltas com candidatos deixados de lado em
cima do laço, e a surpreendente coligação envolvendo os concorrentes de 2016
MDB e PSD, com o único intuito de ganhar corpo na coligação, e com objetivos
escusos. Já os demais nomes, não foram tão surpreendentes assim, apenas os
partidos. Destaque também para a até certa calmaria na campanha por aqui,
mostrando que quanto maior a cidade fica, parece que a eleição fica mais
“chata”.
Quanto aos resultados, em nível nacional
fica o destaque da pluralidade de partidos que elegeram prefeitos, deixando
menor a hegemonia de partidos tradicionais, bem como a derrota da onda
Bolsonaro, já dando indícios do que pode ser 2022, com um ligeiro crescimento
da extrema esquerda. Todavia, o famoso centrão é quem mais saiu fortalecido.
Por aqui o destaque fica pelas vitórias
esmagadoras em algumas cidades que previa-se um maior equilíbrio, e pela grande
conquista de prefeituras pelo MDB, demonstrando a força do partido na região e
de seus deputados daqui que trabalharam fortemente nas campanhas municipais.
Destaca-se ainda a grande quantidade de prefeitos reeleitos, apesar de existirem
“ondas virtuais” contra a reeleição, sendo que aparentemente foi colocada em
prática apenas para o cargo legislativo dos municípios, pois as câmaras de
vereadores municipais sim, foram super renovadas. Destaque ainda para o grande
número de abstenções e votos em branco e nulo.
Em Rio do Sul o atual prefeito José Thomé
foi reeleito, apesar da forte rejeição apresentada ao seu nome, pois teve
apenas pouco mais de 38% dos votos válidos, sendo que sua vitória deu-se devido
ao egocentrismo e falta de união de seus adversários, e caso houvesse mais uma
semana de campanha ou tivesse saído uma pesquisa lá pela quinta-feira anterior
a eleição que demonstra-se o candidato Jaime Pasqualini com pelo menos 25% dos
votos que já tinha naquele momento, muitos eleitores teriam mudado o voto para
o chamado voto útil para ele, e este teria sido o vencedor. Fica aqui também o
destaque para o uso da força da mulher como candidata a vice prefeita por
vários candidatos, porém poucas digamos que preparadas, pois nesse quesito Jeferson
Vieira era de longe o melhor. Quanto aos candidatos a prefeito, fica a
decepcionante campanha e quantidade de votos para o Coronel Tonet, e a campanha
extravagante de Clóvis Hoffmann, sendo que Jaime e Jean demonstravam as
melhores propostas, porém com a diferença de que Jean apesar de ter trocado de
partido, ainda carrega o PT fortemente consigo. Fica ainda como colocação a
questão para os candidatos pensarem, que política não se faz apenas durante a
campanha eleitoral, porém sim já durante os anos anteriores.
Para concluir, espera-se que pelo menos os eleitos apliquem bem os recursos públicos, cumpram suas promessas e tragam melhoria para os cidadãos de seus municípios governando para todos e não apenas para aqueles que os elegeram.