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O Cenário de 2022

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

As Eleições de 2020

        Um famigerado momento previsto para o ano de 2020 chegou, e nem a pandemia de Coronavírus o impediu de ser realizado no Brasil, apenas adiado, as eleições municipais de 2020.

   Todavia isso não foi exclusividade do Brasil, os Estados Unidos também passaram por esse momento, no caso de lá foram eleições presidenciais. Por mais que esse ato seja o maior demonstrativo de democracia, ser realizado em meio a tudo que estamos vivendo é um erro, sendo que deveria ter sido adiado, pois por mais seguro que possam ter sido os protocolos de segurança quanto a saúde do mesmo, ele foi um momento de forte disseminação do vírus, e os reflexos disso serão percebidos nos próximos dias com a temida 2ª onda de contaminação.

    Falando nos EUA, o resultado daquela eleição não chega a surpreender, haja vista que por mais que não seja oficial ainda, a vitória de Joe Bieden nada mais é do que o reflexo da péssima condução da pandemia naquele país por parte de Donald Trump e não por mérito de Biden. Não fosse a pandemia muito que provável o resultado da eleição seria diferente. Agora o que salta aos olhos nesse episódio é o complexo processo eleitoral estadunidense, que dá margem a insinuações e espanta por não ser eletrônico num dos países mais tecnológicos do mundo. Também chama a atenção a insistência de Trump em se recusar a aceitar a derrota, comportando-se como menino mimado. E o motivo da derrota de Trump e o comportamento do mesmo servem de exemplo para Bolsonaro, pois se nada diferente for feito em seus próximos anos de governo, o seu destino possivelmente será o mesmo de Trump, com o socialismo voltando ao poder infelizmente.

      Em se tratando dos reflexos da eleição de Biden para o Brasil, estes em princípio tendem a ser nada bons. Primeiro porque Bolsonaro estava fortemente alinhado a Trump, fazendo inclusive campanha para o mesmo, e Biden representa a antítese de Biden além do socialismo. E em segundo lugar, porque inclusive em debate Biden já havia dito que era contra a política ambiental brasileira, indicando assim que vai querer interferir na gestão da Amazônia, por exemplo, sendo que nesse sentido corretamente Bolsonaro é ferrenho defensor da soberania nacional. Dentre outras questões e aspectos, isso vai atingir fortemente o setor agropecuário brasileiro que possivelmente terá sanções para exportações para aquele país e outros influenciados por ele, devido a questão ambiental, e assim o Brasil perde muito, pois como bem sabemos nosso país é um forte exportador de commodities, e assim mais perto de uma nova crise podemos ficar.

    Já em relação as eleições municipais brasileiras, estas aconteceram devido forte pressão dos partidos políticos para que pudessem despejar milhões de reais em campanhas, a fim de não perder esse enorme e injusto recurso que é público, e assim essa sede pode ser saciada.

   Em relação a mesma destaca-se o crescimento no número de candidatos, especialmente a prefeito e de partidos menores, reflexo da mini reforma eleitoral realizada nos últimos anos, e assim na maioria das cidades houve aumento no número de candidatos postulantes a prefeito. Outro destaque é o fato da não mais existência das coligações para vereadores, também reflexo da citada reforma, que porém para muitos foi mal explicada, pois dizia-se que assim simplesmente os candidatos a vereador mais citados seriam eleitos, o que não é verdade, pois continuou a existir o coeficiente eleitoral, mas que agora deve ser atingido por partido, e quando atingido garante uma cadeira para o mesmo, e assim não necessariamente se elegeram os mais votados. Detalhe também para a questão do atraso na divulgação dos resultados das eleições por parte de mudanças promovidas pelo TSE.

    No Alto Vale do Itajaí, nossa região, os destaques da pré-eleição foram as disputas nervosas em Agronômica, Taió, e especialmente Lontras, com ameaças inclusive, bem como os tiros dados contra candidato a prefeito em Agrolândia. Já o outro destaque, que vem ao encontro do acima citado no parágrafo anterior é o fato do alto número de postulantes a prefeito, vide o caso de Rio do Sul, e olha que o número poderia ter sido até maior, pois teve desistente e reviravoltas com candidatos deixados de lado em cima do laço, e a surpreendente coligação envolvendo os concorrentes de 2016 MDB e PSD, com o único intuito de ganhar corpo na coligação, e com objetivos escusos. Já os demais nomes, não foram tão surpreendentes assim, apenas os partidos. Destaque também para a até certa calmaria na campanha por aqui, mostrando que quanto maior a cidade fica, parece que a eleição fica mais “chata”.

     Quanto aos resultados, em nível nacional fica o destaque da pluralidade de partidos que elegeram prefeitos, deixando menor a hegemonia de partidos tradicionais, bem como a derrota da onda Bolsonaro, já dando indícios do que pode ser 2022, com um ligeiro crescimento da extrema esquerda. Todavia, o famoso centrão é quem mais saiu fortalecido.

     Por aqui o destaque fica pelas vitórias esmagadoras em algumas cidades que previa-se um maior equilíbrio, e pela grande conquista de prefeituras pelo MDB, demonstrando a força do partido na região e de seus deputados daqui que trabalharam fortemente nas campanhas municipais. Destaca-se ainda a grande quantidade de prefeitos reeleitos, apesar de existirem “ondas virtuais” contra a reeleição, sendo que aparentemente foi colocada em prática apenas para o cargo legislativo dos municípios, pois as câmaras de vereadores municipais sim, foram super renovadas. Destaque ainda para o grande número de abstenções e votos em branco e nulo.

    Em Rio do Sul o atual prefeito José Thomé foi reeleito, apesar da forte rejeição apresentada ao seu nome, pois teve apenas pouco mais de 38% dos votos válidos, sendo que sua vitória deu-se devido ao egocentrismo e falta de união de seus adversários, e caso houvesse mais uma semana de campanha ou tivesse saído uma pesquisa lá pela quinta-feira anterior a eleição que demonstra-se o candidato Jaime Pasqualini com pelo menos 25% dos votos que já tinha naquele momento, muitos eleitores teriam mudado o voto para o chamado voto útil para ele, e este teria sido o vencedor. Fica aqui também o destaque para o uso da força da mulher como candidata a vice prefeita por vários candidatos, porém poucas digamos que preparadas, pois nesse quesito Jeferson Vieira era de longe o melhor. Quanto aos candidatos a prefeito, fica a decepcionante campanha e quantidade de votos para o Coronel Tonet, e a campanha extravagante de Clóvis Hoffmann, sendo que Jaime e Jean demonstravam as melhores propostas, porém com a diferença de que Jean apesar de ter trocado de partido, ainda carrega o PT fortemente consigo. Fica ainda como colocação a questão para os candidatos pensarem, que política não se faz apenas durante a campanha eleitoral, porém sim já durante os anos anteriores.

    Para concluir, espera-se que pelo menos os eleitos apliquem bem os recursos públicos, cumpram suas promessas e tragam melhoria para os cidadãos de seus municípios governando para todos e não apenas para aqueles que os elegeram.