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O Cenário de 2022

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Um Passo Para Frente, Dois Para Trás

    O Brasil é marcado por uma característica emblemática, quando parece que o país vai caminhar a passos largos parece que do nada tudo começa a desandar e volta-se a estaca zero. Esse processo ficou nítido a ocorrência novamente em 2018, com os ânimos exaltados e esperançosos de que com a eleição de um presidente de direita mudaria os rumos do país, porém chegando ao último ano de mandato percebe-se que pouco se avançou, e em pontos cruciais a situação estagnou gerando retrocesso.

    O governo Bolsonaro pouco andou, sejam pelos mais variados erros e motivos que serão motivos de postagem futura, mas o que mais ficará marcado serão as oportunidades de mudanças perdidas e por aquilo que não fez, especialmente se contrastado com o discurso do então candidato.

    No aspecto de contraste com o que até então se apresentava, esse se fez presente apenas em áreas talvez menos importantes e que chegaram choques desnecessários, enquanto isso o que realmente precisava ser mexido foi se “empurrando com a barriga” e ficando de lado, ainda mais depois do início da pandemia que trouxe incertezas enormes a nível mundial, porém maiores aqui por sermos um país totalmente desestruturado ainda.

    Em relação a uma expectativa de maior transparência quanto ao ato democrático do voto, os esforços foram em vão, principalmente por polêmicas causados por discursos fora de tom e em momentos errados, e assim o voto auditável impresso não vingou.

    Na área social o controverso Bolsa Família, foi remodelado, ganhou novo nome de Auxílio Brasil e foi reforçado apenas por politicagem, e a necessária auditoria e fiscalização e endurecimento de requisitos para ingresso ao benefício não aconteceu. Óbvio que a pandemia trouxe a necessidade de assistência a mais brasileiros, porém o novo programa foi criado as pressas, sem a transparência que espera-se e com requisitos de ingresso flexíveis demais sem necessidade de contrapartida do beneficiário.

  Já as mais que necessárias há anos reformas, principalmente tributária e administrativa do funcionalismo público perderam foco, foram totalmente desidratadas, com o timing sendo perdido, devendo ser engavetadas e voltar a lista de espera que é longa, o que ficou explicito em entrevista do presidente que afirmou que em ano de eleição nada se faz no congresso. Com isso perdemos todos, e o eventual passo adiante dado, resulta em no fim em retrocesso ao invés de avanço.

    Dessa forma discursos antigos populistas ganham força junto a juventude do querer de mão beijada, e o abismo entre o Brasil real e o almejado aumenta ainda mais ano a ano, deixando o país cada vez mais longe do nível de primeiro mundo desenvolvido.

    E assim vamos nós, a passos de tartaruga, reféns de representantes que representam a si mesmos apenas, vivendo apenas de esperança de um país melhor.