O Brasil é marcado por uma característica emblemática, quando parece que o país vai caminhar a passos largos parece que do nada tudo começa a desandar e volta-se a estaca zero. Esse processo ficou nítido a ocorrência novamente em 2018, com os ânimos exaltados e esperançosos de que com a eleição de um presidente de direita mudaria os rumos do país, porém chegando ao último ano de mandato percebe-se que pouco se avançou, e em pontos cruciais a situação estagnou gerando retrocesso.
O governo Bolsonaro pouco andou, sejam
pelos mais variados erros e motivos que serão motivos de postagem futura, mas o
que mais ficará marcado serão as oportunidades de mudanças perdidas e por
aquilo que não fez, especialmente se contrastado com o discurso do então
candidato.
No aspecto de contraste com o que até então
se apresentava, esse se fez presente apenas em áreas talvez menos importantes e
que chegaram choques desnecessários, enquanto isso o que realmente precisava
ser mexido foi se “empurrando com a barriga” e ficando de lado, ainda mais
depois do início da pandemia que trouxe incertezas enormes a nível mundial,
porém maiores aqui por sermos um país totalmente desestruturado ainda.
Em relação a uma expectativa de maior
transparência quanto ao ato democrático do voto, os esforços foram em vão,
principalmente por polêmicas causados por discursos fora de tom e em momentos
errados, e assim o voto auditável impresso não vingou.
Na área social o controverso Bolsa Família,
foi remodelado, ganhou novo nome de Auxílio Brasil e foi reforçado apenas por
politicagem, e a necessária auditoria e fiscalização e endurecimento de
requisitos para ingresso ao benefício não aconteceu. Óbvio que a pandemia
trouxe a necessidade de assistência a mais brasileiros, porém o novo programa
foi criado as pressas, sem a transparência que espera-se e com requisitos de
ingresso flexíveis demais sem necessidade de contrapartida do beneficiário.
Já as mais que necessárias há anos
reformas, principalmente tributária e administrativa do funcionalismo público
perderam foco, foram totalmente desidratadas, com o timing sendo perdido,
devendo ser engavetadas e voltar a lista de espera que é longa, o que ficou explicito em entrevista do presidente que afirmou que em ano de eleição nada se faz no congresso. Com isso
perdemos todos, e o eventual passo adiante dado, resulta em no fim em
retrocesso ao invés de avanço.
Dessa forma discursos antigos populistas
ganham força junto a juventude do querer de mão beijada, e o abismo entre o
Brasil real e o almejado aumenta ainda mais ano a ano, deixando o país cada vez
mais longe do nível de primeiro mundo desenvolvido.
E assim vamos nós, a passos de tartaruga, reféns de representantes que representam a si mesmos apenas, vivendo apenas de esperança de um país melhor.