Alguns fenômenos da natureza atingiram severamente Santa Catarina nos últimos meses, e é isso o motivo dessa publicação.
Esses fenômenos nem são tão naturais assim, afinal de contas são resultados da interferência do homem no meio ambiente que é visível. Óbvio que não se pode controlar esses fenômenos, porém é possível buscar minimizá-los, bem como agir preventivamente seja através do uso da tecnologia com novos e avançados instrumentos de previsão meteorológica a fim de nos prover com alertas mais precisos e antecipados, ou construção de barragens de reserva de água, por exemplo, porém aqui vale uma ressalva; a tecnologia precisa ser útil, não como o radar meteorológico de Lontras que mais uma vez nos deixou na mão, ou da conscientização das pessoas com medidas educacionais em todas as fases da vida escolar da criança, mostrando a importância da preservação do meio ambiente entre outras coisas, e conscientização dos adultos, e quem sabe até fornecendo linhas de crédito específicas tanto no meio rural como urbano para as pessoas construírem reservatórios para armazenagem da água da chuva, por exemplo.
Primeiramente passamos por uma forte
estiagem, uma das mais longas e severas já registrada no estado, com
pouquíssimo volume de chuva, especialmente entre os meses de Janeiro e início
de Junho deste ano em todo o estado, culminando inclusive em medidas de
racionamento do uso da água e em decretação de estado de emergência em diversos
municípios. Em Rio do Sul, por exemplo, o Rio Itajaí-Açu registrou a sua
medição mínima histórica. Importante aqui ressaltar algumas belas atitudes
isoladas e de iniciativa popular de limpeza de rios, com a retirada de lixo e
entulho, porém o ponto negativo fica a pouca participação governamental nas
ações, onde poderia ter sido aproveitado esse período para limpar, e desassorear
tanto o leito, quanto as margens de rios e ribeirões, com o intuito de
minimizar efeitos indesejados em períodos de excesso de chuvas. Inclusive se
tivessem sido feitos tais serviços em tal período, até mais baratos esses
seriam, devido uma certa menor complexidade em realizar tais serviços.
Depois, mais especificamente em 30/06,
fomos atingidos por um forte vendaval que recebeu a denominação de ciclone
bomba que trouxe consigo grandes estragos em todas as regiões de Santa
Catarina, deixando até muitos consumidores sem energia elétrica, alguns até por
uma semana, devido, segundo a CELESC, o maior dano da história da companhia em
suas linhas de transmissão. Como se não bastasse os prejuízos que o mesmo
causou, com o destelhamento de edificações residenciais, comerciais e
industriais, entre outros danos com quedas de árvores em vias e carros, a
passagem do fenômeno também ceifou vidas.
Tais fenômenos serão cada vez mais
recorrentes, infelizmente, e das duas uma, ou aprendemos a lidar com eles
buscando minimizar seus impactos, ou até com um menor custo e trabalho
começamos desde já olhar com mais carinho para o meio ambiente, buscando
interferir o menos possível.
Isso tudo acontecendo enquanto ainda como
se não bastasse a crise do coronavirus atingindo o estado, ficando ainda mais
grave com o advento do inverno (incrível como não deu pra se preparar
adequadamente em mais de 3 meses, e como as ações tomadas aparentemente não
consideraram isso), e ainda a ameaça de nuvens de gafanhotos devastadoras
atingirem o estado.
Se é o “fim dos tempos” eu não sei, agora que 2020 está sendo uma nova surpresa e luta diária, isso está. Espero que estejamos chegando ao fim dessa saga e que logo possamos desfrutar de dias melhores com pessoas melhores e mais “evoluídas”.