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O Cenário de 2022

terça-feira, 26 de julho de 2022

A Fábrica Que Não Para

     O Brasil anda, como quase sempre a passos de tartaruga, a indústria estagnada e o país se salvando a duras penas apenas graças a agropecuária, porém faça chuva ou faça sol algumas coisas não param e se aperfeiçoam em uma alta velocidade diariamente.

    Infelizmente o que cresce é negativo, seja o crime organizado, os crimes cibernéticos, o crescente consumo de drogas ilícitas e bebidas alcoólicas, e a juventude sem norte. Nesse contexto também existe a fábrica das fake news que não para, seja em nível informal diretamente pelas pessoas, ou em nível institucionalizado através da mídia, e que pior, ganham dinheiro com isso.

    Importante destacar que omitir a verdade, contar meias verdades, ou apenas trazer um lado da história e deixando de noticiar passando a opinar também deveria receber a classificação de fake news. O mesmo deveria valer para as matérias caça cliques na internet e para as divulgações de pessoas que vivem com renda de uma espécie de marketing multinível, e ao marketing que por si só por vezes maquia produtos e faz promessas infundadas.

    Como se não bastasse tudo isso, as próprias redes sociais na verdade são utópicas e cada vez mais influenciam negativamente os usuários, pois apresenta apenas digamos que o lado bom da vida, trazendo cada vez mais angústia e transtornos psicológicos a quem acredita que fica para trás desse mundo onde tudo é bom.

    O pior disso tudo é que são poucos que enxergam isso e lutam contra, no sentido de conscientizar as pessoas, por exemplo. Parecem batalhas perdidas onde está-se por acostumar com isso.

    Aonde vamos parar? Em que mundo e como viverão nossos descendentes? Perguntas estas que deveriam ser feitas a todo momento e ser motivo de reflexão.

quinta-feira, 23 de junho de 2022

O Cenário de 2022

    A hora da verdade para o corrente ano está chegando, isso quando se fala em Brasil, afinal de contas em ano eleitoral é sabido que o mesmo é praticamente perdido. O ano que já se previa desafiador ganhou contornos ainda mais sombrios logo nos primeiros meses devido principalmente a eventos externos que tem impacto fortíssimo e direto em um país como o Brasil que é dependente de seu agronegócio e tem uma infraestrutura, especialmente logística precária.

    Por mais que o cenário de inflação atual é global, aqui ele pega mais pesado ao encontrar uma sociedade mais desigual, e isso tem reflexo direto no jogo eleitoral e no futuro da nação. Na maior parte tudo isso é reflexo de coisas externas sem ingerência governamental do Brasil, todavia também é sabido que alguns erros foram cometidos pelo governo brasileiro, erros estes que estão custando caro e ajudaram a nos colocar em tal situação.

    Com a eleição de Bolsonaro em 2018 esperava-se uma guinada mais radical a direita no país, o que não aconteceu, e também não é de todo mal, pois do contrário a esquerda poderia se prevalecer disso em discurso para seu retorno. Porém nada do esperado aconteceu. Obviamente que as intempéries que esse governo passou nunca existiram anteriormente na história do país, principalmente em tão curto espaço de tempo com um “tombo” atrás do outro. Também os agentes influentes da esquerda com áreas estratégicas em seu poder não deram sossego ao governo, o que já se podia esperar, mas aqui tudo se encaixou e Bolsonaro foi fisgado, principalmente pela boca como um peixe, e isso já iniciou arruinando de cara o seu governo. Falas sem pensar e descabidas dele e seus escolhidos para ministérios, demonstraram um despreparo, surpreendendo especialmente tendo em vista que ela já era ancião no mundo político.

    Por mais que a direita estivesse organizada, a esquerda desorganizada ainda deu um show no quanto pior melhor, mobilizando principalmente personalidades da mídia, inclusive estrangeiros e em criar discursos rasos mas polêmicos em que o presidente caiu como um patinho. Os disse não disse dele o foi enfraquecendo e seu egocentrismo em atacar problemas e bandeiras não tão latentes (como os ataques ao STF, ao sistema eleitoral, a adversários políticos, etc) o isolaram ainda mais, assim perdeu a bancada com perdas de aliados que o ajudaram nas eleições e para permanecer no poder teve de ceder ao centrão, fazendo cair por terra inúmeros dos seus discursos. Assim teve de governar por MP’s e para aprovação criavam-se novelas onde sempre teve de ir cedendo e perdeu o compasso de vez. Nem os auxílios criados durante a pandemia conseguiu capitanear para o seu lado, pois no fim foi a câmara e senado que decidiram o valor (por sinal maior que o previsto pelo governo). Assim a parte técnica dos seus ministérios também foi ficando de lado, e mais problemas de cunho exclusivamente de gestão foram surgindo no dia-dia e ele e o país ficaram desgovernados.

    É, os erros de Bolsonaro custaram caro, e assim seus acertos ficam apagados (como a aprovação da autonomia do Banco Central, a criação do PIX, a substituição do Bolsa Família, as obras concluídas e continuadas de governos anteriores como a tão prometida Transposição do Rio São Francisco antes de pensar em novas, parcerias com empresários internacionais como Elon Musk, e um governo teoricamente sem corrupção, etc), e estamos perto de ver a esquerda voltar ao poder, e não por pouco tempo, quiçá até em primeiro turno, e o que nos espera é uma enorme incógnita. A sorte dele, e talvez não nossa, é que inúmeros nomes foram colocados em pauta para representar a terceira via, porém politicamente nenhum deles conseguiu se capitanear, e assim infelizmente intensificasse uma polarização nada benéfica aos brasileiros de bem. Também a condução da pandemia foi desastrosa, por mais que a recuperação do país tenha sido em “V”, e o tombo menor que o registrado por países desenvolvidos. Embates desnecessários foram criados, especialmente com os governos estaduais, que agora refletem na dificuldade de diminuição dos impostos estaduais sobre o preço dos combustíveis, por exemplo.

    Agora após um período pandêmico aparentemente superado, por mais que novas doenças ainda sem respostas estejam surgindo mundo a fora e podem vir a se tornarem as próximas pandemias, e ainda após o país passar por um carnaval sem noção fora de época, o ano ao mesmo tempo em que começa, chega perto do fim ao se encaminhar de vez para o período eleitoral que se prevê desastroso, com campanhas sujas com muita acusação e pouca proposta concreta, debates fracos e talvez inexistentes (afinal acredita-se que seja difícil a presença de Bolsonaro neles), e focado nas redes sociais com brigas entre a população.

    Em nível estadual a disputa ainda está com os nomes em aberto, porém inicialmente despontam dois nomes: o do atual governador Carlos Moisés, e do senador Jorginho Mello que quer aproveitar o bolsonarismo forte do estado, e correndo até por perto Gean Loureiro. Possivelmente por aqui teremos segundo turno. Moisés apesar de um início de governo lento e com algumas coisas ainda obscuras a serem esclarecidas, em princípio se encontrou na politica ao negociar sua permanência no poder em dois processos de impeachment, conduziu bem a pandemia no estado, e vem fazendo fortes investimentos estando com um bom saldo em caixa no governo mesmo aumentando substancialmente salários de servidores como os da educação, e fazendo um forte esforço inédito de descentralização de recursos destinando-os aos municípios. Assim, por mais de também ter cometidos erros, ao se desassociar de Bolsonaro e ter perdido oportunidades com isso de trazer mais investimentos federais ao estado, e da falta de investimentos nas rodovias estaduais já asfaltadas, especialmente no oeste do estado que encontram-se em péssimas condições, merece palmas.

    O negócio é esperar, ter consciência no voto e ver no que vai dar, afinal de contas a única coisa que se pode ter certeza, é que independentemente do lado vencedor, no dia seguinte voltamos a nossa rotina, esperando mais uma vez que o ano seguinte seja melhor.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Para Toda Ação Há Uma Reação

     A terceira Lei de Newton caracteriza-se por afirmar que para toda ação há uma reação, e isso é válido para tudo e não somente para a física, mas parece que nem todos compreendem isso, ou se fazem de bobo e ignoram isso em suas falas.

    Na economia isso não é diferente e a nível mundial sendo que as reações são praticamente automaticamente sentidas mundo a fora devido a globalização. Em países subdesenvolvidos como o Brasil, que tem pouco incentivo a industrialização nacional, e depende muito de importações de produtos de alto valor agregado, as consequências são ainda mais fortes.

    Dito isso como introdução você que está lendo esse post já deve imaginar o que quero aqui exemplificar. Estou falando da abrupta subida de preços em nível internacional e quem tem impacto maior no Brasil e vem causando recordes de inflação mundo a fora (mas isso é pouco disseminado pela mídia brasileira que só exagera em falar daqui).

    Nesse aspecto destacam-se os produtos caracterizados como insumo, como grãos, combustíveis e fertilizantes que trazem impacto enorme no preço de alimentos. Isso vem ocorrendo desde o início da pandemia devido as medidas restritivas adotadas mundo a fora como forma de prevenção ao contágio do vírus. Mas tudo isso se intensificou ainda mais com o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, e assim as coisas ficaram mais difíceis por aqui. Por acaso alguém sabia exatamente a importância da Ucrânia como produtora de trigo, e a Rússia como de fertilizantes antes desse episódio? O governo está tentando da forma que consegue agir para reverter essa situação, mas os “antis” e adeptos do quanto pior melhor não veem isso e disseminam falsamente a informação de que tudo é culpa do presidente, e isso não é uma defesa ao mesmo, que sim tem cometido erros.

    E não foi só isso, infelizmente nos últimos anos o país vem enfrentando uma série de desafios, devido ainda a cheias, secas, e frio intenso, por exemplo, que tem impacto direto na mesa do brasileiro, mas como é mais fácil condenar o presidente do que buscar entender o todo é isso que fica transparecendo ainda mais agora em ano de eleição.

    No meio de tudo isso, mesmo com intempéries como a enchente desse mês Santa Catarina serve como exemplo positivo. Seus números estão entre os melhores, bem acima da média nacional quando se fala em crescimento e menor taxa de desemprego, por exemplo. E muito pelo contrário, não quero mostrar preconceito, mas isso demonstra características quase que exclusivas do povo catarinense que levam o estado a esse patamar, principalmente em relação aos povos aqui colonizadores. Demonstra ainda que, apesar de erros, o governo catarinense é eficaz. Nosso estado é deixado de lado pelo governo federal, temos estradas precárias, recebemos pouco de volta daquilo que arrecadamos, mas mesmo assim somos destaque, mostrando como o estado é forte, e demonstrando o quanto poderíamos ser ainda melhores.

    Falando disso, aproveito para rapidamente comentar do episódio da ponte na BR-470 em Pouso Redondo, onde rapidamente achou-se uma solução temporária, onde vale destacar o papel do exército na obra e fica a indagação de por qual a razão o mesmo não assume mais obras no país? Falando da própria BR, vale ressaltar que independente de quem esteja a frente do governo, essa é uma daquelas questões coringas que sempre serão comentadas em eleições, e talvez por isso que o problema não seja resolvido de vez. A mesma conclusão vale para o caso do problema das cheias, onde o recente caso, que demonstrou uma desarticulação da Defesa Civil como um todo (estadual e municipal) já está sendo usado para fins eleitoreiros. As cheias tem solução? Sim, mas talvez não 100%, afinal não dá pra controlar a chuva (ainda), porém também não é assim fácil como alguns especialistas do Facebook gostam de escrever, e isso é preciso entender. Óbvio que precisa haver cobrança, o assunto não pode simplesmente cair no esquecimento após algum tempo sem ocorrência, é preciso estar sempre alerta.

    Por fim vale registrar que enquanto não formos “inteligentes” o bastante, não dá para cobrar que nossos representantes o sejam. Se faz necessário compreender e ver o todo, até para não sermos usados como marionetes e sermos como papagaios e apenas repetirmos o que nos falam e nos fazem acreditar.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Abordando Assuntos Aleatórios

    A postagem de hoje trata de temas diversos que foram fatos em evidência há alguns meses, ou seja, são comentários fora do timing ideal, porém não por isso de menor importância para não serem compartilhados.

    Primeiramente gostaria de falar sobre as Olimpíadas de Tóquio 2020, mas devido a pandemia realizadas em 2021. Foi um evento de retomada, porém estranho, com pouco apelo, pouco difundido, onde parece que o evento perdeu a sua magia. Atletas e países são proibidos de participar, ou não podem usar o nome de sua nação, casos de doping cada vez mais comuns, e o fator financeiro falando mais alto que qualquer outra coisa, e o esporte em si, desempenho dos atletas e recordes sendo meros coadjuvantes. Felizmente, apesar dos ainda pouquíssimos investimentos nesse aspecto, o Brasil bateu seu recorde de medalhas (principalmente por causa dos novos esportes, pois em vários até a sua hegemonia já perdeu).

     Falando em esporte chego ao assunto futebol brasileiro, onde em uma espécie de copia e cola os técnicos estrangeiros passaram a ser maioria dos comandantes nos principais temas, tudo por modismo, ou por falta de querer aprender mais dos técnicos brasileiros, pois não necessariamente os estrangeiros são melhores, haja vista que poucos tem sucesso aqui, mas o que é inegável que tem formas diferentes de pensar o futebol, os europeus principalmente não param de estudar.

    Nesse sentido também é muito triste saber o quanto que ganham de salário esportistas, especialmente bem jovens que deixam o país sem mal mostrar seu futebol aqui, enquanto muitos da várzea mal recebem um salário e jogam por amor, algo que tais jovens logo perdem com o sucesso subindo a cabeça.

    Isso só nos faz perceber o quanto somos despreparados enquanto país em nossa educação, os jovens mal são preparados para as intempéries da vida adulta, a lidar com o dinheiro, sucesso, depressão, relacionamentos, etc, enquanto precisam decorar fórmulas que talvez nunca mais vejam na vida.

    Mas voltando ao futebol, esse é outro espetáculo que cada vez mais, assim como todo o resto, vem sendo dominado pelo dinheiro, principalmente pela ganância de quem deve gerenciar o espetáculo, sem contar os mal exemplos de comportamentos de jogadores e torcedores como com brigas, etc. Ao invés de procurar desenvolver um futebol de alto nível com bons jogos e jogadores descansados, entope-se o calendário com jogos de pouca expressão, e que na verdade não trazem benefício algum para os pequenos times que deveriam ser ajudados, e aos torcedores que na verdade são quem mantém o esporte. Amadorismo (e não o bom) é o que define, e não só no futebol, mas sim em tudo esse país.

    Também presenciamos o número estrondoso de crimes cometidos em todos os sentidos, mas em destaque por jovens e homens contra as mulheres, reflexos de mais políticas desastrosas dessa nação como desigualdade, miséria, e segurança pública ineficaz. Medidas protetivas não acompanhadas, despreparo psicológico para tratar situações e falta de educação já comentado. Sim, tais crimes não são novos e agora ganham maior visibilidade pela velocidade e inúmeros meios de informação, mas precisam ser combatidos e com ações efetivas. No geral os bons pagam pelos maus, tudo porque os recursos disponíveis são subutilizados. Por exemplo, em relação a câmeras de vigilância, por que o estado paga milhões para adquirir equipamentos, nunca para de adquirir e isso nem sempre se reflete em ganho de segurança? Não seria mais fácil e barato aproveitar a IOT (Internet das Coisas) e interligar diferentes equipamentos, inclusive particulares de residências, e trabalhar com tudo isso interligado? É tanta facilidade que a tecnologia nos traz, mas que a ineficiência governamental deixa de lado, ente este que deveria a ser a primeira parte a adotar a tecnologia em seus processos.

    Enfim, estes foram os devaneios deste que vos escreve neste momento. Até mais!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Um Passo Para Frente, Dois Para Trás

    O Brasil é marcado por uma característica emblemática, quando parece que o país vai caminhar a passos largos parece que do nada tudo começa a desandar e volta-se a estaca zero. Esse processo ficou nítido a ocorrência novamente em 2018, com os ânimos exaltados e esperançosos de que com a eleição de um presidente de direita mudaria os rumos do país, porém chegando ao último ano de mandato percebe-se que pouco se avançou, e em pontos cruciais a situação estagnou gerando retrocesso.

    O governo Bolsonaro pouco andou, sejam pelos mais variados erros e motivos que serão motivos de postagem futura, mas o que mais ficará marcado serão as oportunidades de mudanças perdidas e por aquilo que não fez, especialmente se contrastado com o discurso do então candidato.

    No aspecto de contraste com o que até então se apresentava, esse se fez presente apenas em áreas talvez menos importantes e que chegaram choques desnecessários, enquanto isso o que realmente precisava ser mexido foi se “empurrando com a barriga” e ficando de lado, ainda mais depois do início da pandemia que trouxe incertezas enormes a nível mundial, porém maiores aqui por sermos um país totalmente desestruturado ainda.

    Em relação a uma expectativa de maior transparência quanto ao ato democrático do voto, os esforços foram em vão, principalmente por polêmicas causados por discursos fora de tom e em momentos errados, e assim o voto auditável impresso não vingou.

    Na área social o controverso Bolsa Família, foi remodelado, ganhou novo nome de Auxílio Brasil e foi reforçado apenas por politicagem, e a necessária auditoria e fiscalização e endurecimento de requisitos para ingresso ao benefício não aconteceu. Óbvio que a pandemia trouxe a necessidade de assistência a mais brasileiros, porém o novo programa foi criado as pressas, sem a transparência que espera-se e com requisitos de ingresso flexíveis demais sem necessidade de contrapartida do beneficiário.

  Já as mais que necessárias há anos reformas, principalmente tributária e administrativa do funcionalismo público perderam foco, foram totalmente desidratadas, com o timing sendo perdido, devendo ser engavetadas e voltar a lista de espera que é longa, o que ficou explicito em entrevista do presidente que afirmou que em ano de eleição nada se faz no congresso. Com isso perdemos todos, e o eventual passo adiante dado, resulta em no fim em retrocesso ao invés de avanço.

    Dessa forma discursos antigos populistas ganham força junto a juventude do querer de mão beijada, e o abismo entre o Brasil real e o almejado aumenta ainda mais ano a ano, deixando o país cada vez mais longe do nível de primeiro mundo desenvolvido.

    E assim vamos nós, a passos de tartaruga, reféns de representantes que representam a si mesmos apenas, vivendo apenas de esperança de um país melhor.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Especialistas do Pensamento Mínimo

    Alguns novos males marcarão o século 21 e os seguintes, tendo em vista a evolução da sociedade e coisas novas pelas quais diariamente surgem. Nesse sentido, é mais que nítido ultimamente a predominância pelo pensamento raso nas pessoas. Poucos são aqueles que vão a fundo em alguma questão, que refletem sobre o que veem, ouvem e leem, e assim advém um mal desse século; o analfabetismo funcional.

    É bem verdade que isso não é algo relativamente novo, porém nos últimos anos se acelerou muito tornando-se nítido no dia-dia. Também é verdade que biologicamente o cérebro humano é preguiçoso se esforçando o mínimo possível para economizar energia a ser gasta com outros processos biológicos em nosso corpo, porém isso não justifica o pensamento mínimo ter se tornado deliberadamente por muitas pessoas via de regra.

    Cada vez mais percebe-se que as pessoas deixam as outras decidirem e concluírem por si. Talvez até por isso que se vê a grande mídia influenciar cada vez mais as pessoas, opinando e não noticiando. O próprio fenômeno das ditas Fake News advém desse comportamento humano de pensar menos, e não porque existe uma “máquina” de espalhar mentiras.

   Esse comportamento está também atrelado ao senso de julgamento humano caracterizado pelo julgamento “pela capa”. As pessoas mostram-se cada vez mais desinteressadas pelo outro, em procurar a entender e conhecer melhor o outro, e o mesmo se aplica para todo o restante. As pessoas estão lendo menos, se importando menos com aquilo que tem reflexo diário em suas vidas, um movimento inversamente proporcional ao que todos imaginavam que seria do futuro. O bem estar coletivo foi deixado de lado por um bem estar individual.

    Ao ouvir algo que nem sabem se a história é realmente bem assim, já passam adiante, compartilham notícias só pelo que leem no título, muitas vezes tendenciosos propositalmente de acordo com o interesse daquela mídia. O texto não é apreciado, e não se busca entender o porquê ou o que está por trás daquilo, haja vista que para quase tudo há uma razão lógica. Para perceber isso na prática é muito fácil, basta verificar os comentários abaixo de alguma publicação de alguma informação em rede social, os comentários trarão xingamentos, hipóteses, justificativas, etc, que não constarão no texto da matéria, ou ainda que na mesma estarão devidamente apontadas opostamente aquele comentário. O que me faz chegar a conclusão de que se por ventura o texto foi efetivamente lido, ele foi interpretado incorretamente demonstrando claramente um analfabetismo funcional.

    Sim, ninguém obviamente é obrigado a concordar com aquilo que está escrito, mas para dizer isso eu preciso ler e entender pelo menos minimamente o que está escrito para poder contra argumentar. Se não ficou claro para mim o texto, pode-se utilizar da maravilha da tecnologia da informação e procurar outros textos ou pesquisar mais sobre o assunto muito rapidamente acessando a informação que está disponível na palma da sua mão com o celular.

   Quer um exemplo? Falemos sobre a inflação atual no Brasil, que primeiro não é exclusividade do nosso país, mundialmente os preços, principalmente dos alimentos está alcançando níveis recordes de inflação, e sim, no caso do Brasil tem a ver com políticas errôneas governamentais, mas não é causada exclusivamente por isso. Falta de insumos, devido a paralização de produção durante o auge da pandemia, problemas logísticos principalmente nos transportes marítimos, seca no país, etc, impactam diretamente nos preços, e isso é algo fora do alcance governamental direto. Pesquise sobre a falta de insumos, por exemplo, para a agricultura como fertilizantes, que será percebido que mundialmente isso está ocorrendo, com os preços lá em cima dos mesmos, e problemas logísticos, e como isso gera um efeito cascata, nos níveis acima todos os preços vão aumentando gradativamente e automaticamente, afinal de contas todos precisam lucrar para se manterem. No caso da indústria automobilística, outro exemplo, o mesmo vem ocorrendo, faltam chips e componentes eletrônicos mundialmente, reflexo disso é o aumento dos preços de carros novos, com consequente busca pelos consumidores por carros seminovos, e subsequentemente pela lei da oferta e demanda, aumento dos preços destes.

    Assim, na sociedade da informação tão acessível, o conhecimento não anda na mesma velocidade e deixa-se de aproveitar o máximo dela.