Em relação a desburocratização algumas
medidas vem aos poucos sendo tomadas, porém ainda timidamente e a passos de
tartaruga. Exemplo é a reforma trabalhista, e a revisão das NR’s (Normas
Regulamentadoras) relacionadas a saúde e segurança do trabalhador, porém é
pouco ainda. Aqui pode-se citar ainda a digitalização de processos junto a
diversos órgãos como algumas prefeituras, Corpo de Bombeiros, etc, o que já
ajuda em muito, porém isso ainda é pouco disseminado e por vezes nada
autoexplicativo. Nesse sentido, o Detran Digital no caso de Santa Catarina, é
um belo exemplo, porém a medida tomada por um tribunal, alegando a obrigatoriedade
de emissão física do CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo),
demonstra o quanto faz-se necessário caminhar ainda nessa questão, pois vem
contra o que se espera para o presente e futuro, ainda mais depois da pandemia
de COVID-19, que deixou mais que claro a tendência, necessidade e importância
de processos menos morosos e mais rápidos estando disponíveis na palma da mão.
Obviamente que para isso os sistemas disponibilizados
precisam ser eficientes e acessíveis, e também não obrigatórios, pois é sabido
que muitos cidadãos ainda não tem acesso ou conhecimento de informática básica,
por exemplo. Mas está mais que claro, que a digitalização de processos vai
trazer maior eficiência e agilidade, e principalmente redução de custos para
ambas as partes, podendo os entes públicos reaplicar essas economias em
melhores serviços prestados a sociedade.
Além disso, é latente a necessidade de se
revisar processos, legislações, e obrigações legais, a fim de tornar tudo mais
enxuto, pois muitas ainda são arcaicas, e sem sentido, principalmente no ramo
contábil. A desburocratização precisa ser pratica constante e ser tratada como
lema e prioridade.
Nesse sentido também surge a discussão
sobre o livre mercado, onde no Brasil parece ser tratado como uma luta de
classes, demonstrando o atraso dessa nação. Chega-se nesse assunto
principalmente quando aborda-se a questão das empresas públicas, que geram um
monopólio e burocrático. Está mais que na hora de privatizar, principalmente
serviços, como o caso dos Correios, que mesmo que “isolado” em seu ramo,
apresenta resultados pífios, muito porque seus processos internos são nada
enxutos. Claro que quando privatizada está precisará seguir algumas regras para
que não onere os cidadãos em prol de uma maximização exorbitante do lucro,
porém essas regras precisam ser as mínimas possíveis e estarem previstas no
edital de privatização, do contrário qualquer medida tomada pelo governo será
interpretada como interferência e trará com consequência para o empresariado e
investidores uma sensação de insegurança jurídica, o que resultará em não
confiança para e investir no país.
Isso fica bem evidente quando é falado
sobre o preço dos combustíveis e a Petrobrás no Brasil, por um lado, na visão
de livre mercado a empresa precisa maximizar o lucro, porém isso precisa ser
feito buscando a redução de custos e não aumentando o preço de venda e
consequentemente onerando a sociedade, pois esse é um item essencial, e isso
precisa ficar claro. Já por outro lado, os preços são aumentados, pois os
custos, devido a processos burocráticos, alto número de funcionários que não
podem ser demitidos e que ganham altos salários bem acima dos praticados na
iniciativa privada. Ou seja, sendo estatal a empresa deixa a desejar pela
ineficiência, e sento privatizada tornar-se-á mais eficiente, porém precisa
existir, nesse caso por ser item essencial, um regramento mínimo já estipulado
previamente, para que não se busque lucros exorbitantes em cima da necessidade
do consumo do produto.
Essa é uma equação difícil de ser
solucionada, principalmente porque a cultura do Brasil é do querer sempre mais,
porém não custa tentar, afinal de contas porque o livre mercado dá certo em
outros países e só aqui que há esse receio e tantas discussões?
Solucionadas essas duas questões
acredita-se que o Brasil dará um grande passo para tornar-se o país do futuro,
porém para isso é preciso querer fazer, e a sociedade acordar para isso, pois
as “panelinhas” e grupos de interesse do contra ou de suas próprias convicções
são grandes e tem poder nesse país. Livre mercado de verdade é sinônimo de inovação, evolução, eficiência, o que resulta em ganhos para todos.