Brasil é sinônimo de crise, e isso não é mais novidade pra ninguém. A da vez, além do Coronavírus, é novamente política institucional e tem com como centro o cargo de Presidente da República.
Como sempre vislumbrou-se a luz ao final do
túnel, e a esperança de dias melhores caminhava lado a lado com o brasileiro,
de repente os primeiros apagões já começavam a surgir: demora para o governo
apresentar projetos de reformas, não apoio nas casas legislativas, disse me
disse, baixo índice de crescimento do PIB, dólar em alta, tretas com outros
países, troca de ministros, etc, porém as coisas ainda estavam de certa forma
contornáveis.
Porém aí Sérgio Moro, então Ministro da
Justiça e Segurança Pública convoca entrevista coletiva, se demite do cargo e
“joga a merda do ventilador” alegando influência política em alterações em cargos
da Polícia Federal. Aí a reviravolta acontece, todos os representantes de todos
os órgãos federativos se manifestam, e novos pedidos de impeachment contra
Bolsonaro são apresentados, e no que isso irá efetivamente resultar teremos de
esperar os próximos capítulos dessa mais nova temporada da novela Brasil para
saber, mas fato é que isso coloca o Brasil mais pra baixo novamente, quando se
esperava decolar, com, por exemplo, agência de risco internacional já baixando
a perspectiva do país.
Outra consequência é o dólar nas alturas
como nunca antes. Por si só esse fato não é de todo ruim, isso porque somos um
grande celeiro mundial exportador, assim ganhamos mais com o dólar alto, o
problema está no fato de que somos importadores de tecnologia, e com uma
indústria nacional ainda muito pouco fortalecida, a importação de máquinas e
equipamentos torna-se cara, e por consequência toda a cadeia é impactada e em
breve veremos uma súbita de preços no mercado.
Também já se percebe o governo se
encostando no dito Centrão a fim de buscar apoio político, e com isso um
discurso de Bolsonaro morre, o de não fazer conluios políticos com troca de
cargos e favores, o que com certeza não é o que esperávamos.
Voltando ao item principal desta postagem, é preciso lembrar que o “auê”
feito em torno da alegação (lembrando que ele mesmo informou que não fez
nenhuma acusação) de Moro gerou efeitos imediatos, em especial nas Redes
Sociais onde a credibilidade do ex-juiz federal foi colocada em cheque,
inclusive recebendo inúmeros ataques. A verdade é que até a pouco tempo o mesmo
era tratado com um semideus devido sua atuação frente a Operação Lava Jato,
então não há o que se duvidar de sua atuação. Porém nesse episódio em questão o
mesmo agiu como um ex-marido traído, difamando a esposa posterior a separação
de forma nada polida. Em caso de acreditar ver crime, o mesmo deveria ter cautelosamente
denunciado então as autoridades competentes, assim acredito que ele errou na
forma em que agiu, todavia não é surpresa liberar para a televisão informações,
pois como já dito em entrevistas por outros integrantes da Operação Lava Jato,
a sua eficiência só foi possível devido ao apelo da população que se criou
através da divulgação em massa pela mídia da operação, que de certa forma foi
estimulada por tais integrantes.
Vale ressaltar que quem colocou Moro no
ministério foi Bolsonaro, então ele o poderia retirar, agindo apenas contra o
seu discurso, diferente do que muitos alegam onde parece que ele tirou alguém
que estava lá antes. O mais interessante nesse quesito é que um discurso da
esquerda morreu com esse episódio, haja vista não poderem mais cogitar que Moro
agiu de má fé contra Lula para condená-lo e para depois fazer parte do governo
de direita a ser eleito.
A quem interessa a crise que se gerou é uma
pergunta que amantes da conspiração e seguidores fieis e cegos de Bolsonaro adoram
tentar responder, pois alegam complô contra o mesmo, o que não é de se duvidar.
Para a esquerda o único interesse é as coisas desandarem cada vez mais, para na
próxima eleição surgirem como “salvadores da pátria” daquilo que na verdade
eles fizeram com que chegasse ao estágio atual. Já os principais interessados
são a falsa direita, encabeçada por PSDB e DEM, que querem a todo custo voltar
ao poder, personagens dessas siglas não faltam para postular a tal, como Dória,
Maia, Fernando Henrique Cardoso, etc.
Como conclusão apenas espero que esse
episódio seja esclarecido e que a verdade venha a tona, mas que porém o país
não seja jogado na lama novamente, e que possamos superar mais esse problema
político, e posteriormente enfim nos tornarmos o país almejado e que tanto
merecemos ser e ter.