Estamos em crise e isso é
inegável, assim como é inegável que o país passa pelo maior crise dos últimos,
60, 70, quiçá 100 anos ou mais, isso porque diferente das crises anteriores, como as
políticas; com o suicídio de Getúlio Vargas, com o Golpe Militar, e o impeachment
de Collor, e as econômicas; com a Grande Depressão de 1929, ou a de 2008, nesse
momento passamos por uma crise em três esferas; a econômica, a política e a
ética, e não de uma única como ocorrido nas crises anteriores.
Chegamos a esse ponto devido a diversos fatores que começaram a partir
de 1992 com o impeachment do ex-presidente Collor, fatores estes que naquele
momento ainda não se mostravam como fagulha de algo que posteriormente viria a
ocorrer, entretanto é sabido que nada se cria, tudo se transforma, então tudo
tem fundamento histórico, é só analisar os fatos que perceberemos, e assim
chegamos ao momento atual que hoje conhecemos muito bem, sentindo na pele os
efeitos da(s) crise(s).
Digo que esse fato ocorrido em 1992 e acima
descrito foi a primeira fagulha da atual crise, pois naquele momento estávamos
ainda com uma democracia precoce, e argumentos questionáveis (até porque o
ex-presidente foi inocentado posteriormente em última instância) resultaram no
impeachment que interrompeu um ciclo de governo, que apesar das medidas
impopulares tomadas naquele momento, não podemos afirmar se seria desastroso ou
não.
O segundo fato que nos levou ao momento
atual foi a aprovação na Câmara e Senado da reeleição para presidente, pois
este foi um fato orquestrado pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso mediante a acordos políticos e o favoreceu, resultando em sua reeleição
em 1998, sendo que sabe-se que a reeleição é um dos maiores males políticos, e
que deveria ser proibida.
Posteriormente, em 2002, tivemos a eleição
do ex-presidente Lula, que com o seu típico discurso de esquerda, falando de minorias
e intensificando a divisão entre ricos e pobres, junto da tomada de medidas
populares ganhou o povo, e conseguiu, como bem sabemos, levar o PT ao comando
do país por 14 anos até o momento. Porém, por trás dessa faceta intensificou-se
a corrupção para municiar o projeto de poder do PT, resultando no Mensalão, que
depois de descoberto, deu inicio ao Petrolão, que bem conhecemos através da
Operação Lava Jato que vem trazendo a tona diariamente mais aspectos desse
esquema de corrupção que é um dos maiores do mundo e que tomou conta do governo
federal, tirando milhões e milhões de reais do povo brasileiro e os passando
diretamente para os bolsos de corruptos, operação esta que esta longe de acabar
e dará “muito pano pra manga” ainda.
Seguindo essa linha histórica, outro fator
chave e culminante para essa situação foi a crise mundial de 2008, que afetou
em menor intensidade o Brasil devido a medidas tomadas pelo governo que a
tratou como “marolinha”, como a maior liberação de crédito as pessoas, a
maquiagem na contabilidade pública, entre outras, medidas estas que todos os
economistas já enxergavam como errôneas e que apenas postergariam a crise para
um outro momento onde esta se mostraria mais grave ainda.
Nessa cronologia temos ainda a eleição de
2014, que foi intensa, de fatos inesperados, de utilização da máquina pública e
que intensificou a divisão nacional entre direita e esquerda, mas que por fim
através de uma campanha mais que suja resultou na reeleição (resultado da urna que
é questionável por alguns ainda) da presidente Dilma.
Aí fomos diariamente chegando ao cenário
atual, através de um efeito dominó, com a alta novamente dos juros resultando
em menos investimentos dos industriários e na falta de confiança dos mesmos que
foi resultando em desemprego, alta da inflação na casa dos dois dígitos, perda
do poder aquisitivo da população e queda nas vendas, na alta dos preços
administrados para equilibrar o caixa do governo que foi “passado a mão” pela
corrupção institucionalizada, na alta do dólar e na perda de valor das empresas
na bolsa de valores, na perda do grau de investimento do país nas agências de
riscos que culminou em menos investimentos estrangeiros no Brasil, no PIB
(Produto Interno Bruto) que é a soma de tudo o que é produzido no país na casa
negativa dos 3,5% em 2015 (com uma previsão já de decréscimo de 4,5% para 2016),
e por isso e muito mais o povo foi seguidas vezes as ruas.
Assim o governo foi e esta ficando
insustentável, e as tais delações premiadas dos corruptos identificados na Lava
Jato, levaram o governo a perder aliados, como o maior deles, o PMDB
recentemente, e assim o impeachment de Dilma que já esta “andando a passos
largos” pode estar mais próximo, pois mediante tudo isso, enquanto o país esta
ruinando, com a economia frágil e o povo alvoroçado em uma situação complicada,
onde a rejeição ao governo é maior a cada dia, e a governabilidade esta
difícil, o governo e a presidente não faz nada, pois esta apenas preocupada
consigo mesmo, buscando se manter no poder através de acordos políticos sujos,
onde, por exemplo, até agora em 2016 não fez absolutamente nada, não apresentou
medidas e propostas alguma para enfrentar e/ou amenizar essa intensa crise.
Enfim, apesar de eu pessoalmente defender
publicamente o impeachment, só espero, assim como creio que todos os
brasileiros esperam atenciosamente, que independentemente do que vier a ocorrer,
o país volte aos trilhos do crescimento a fim de que nós cidadãos brasileiros de
bem possamos enxergar com otimismo o futuro, voltar a consumir (porém com equilíbrio)
e sermos mais felizes novamente.
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