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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Falando de Educação, Finanças Pessoais e Planejamento

    Já escrevi algumas vezes que a educação no Brasil precisa de uma reformulação, e pelo título dessa postagem, você deve estar se pensando: mas o que tem haver finanças pessoais e planejamento com educação? A resposta é tudo, mais abaixo veremos o porquê.
  Como já afirmei a educação precisa de mudanças, em especial na sua concepção em relação a sua grade curricular nos anos iniciais (Ensino Fundamental), creio que seja necessário incluir matérias desde cedo como a ética e finanças pessoais, pois desde cedo se faz necessário ter uma boa base para lidar com essas questões que farão parte do dia-dia das crianças no futuro, quando estas se tornarem adultos, o que já se faz em países chamados de primeiro mundo, e por isso estão onde estão e as pessoas lidam tão bem com dinheiro.
    Além disso, creio que a forma de avaliação precisa ser alterada passando a ser considerado o todo e não especificamente como atualmente ocorre, por exemplo, a média que deveria ser considerada ao final do ano para saber se um aluno foi aprovado ou não deveria ser a média geral de todas as matérias e não ser considerado especificamente matéria por matéria, isso porque acredito que deve ser desenvolvido mais a fundo o potencial específico naquilo onde os alunos tem melhor aptidão, por exemplo, se um aluno é bom em matemática, desenvolver ainda mais o aluno nessa matéria, mas corre o contrário, para passar de ano na maioria das vezes o aluno foca seus estudos naquilo que não é tão bom, ficando no final sendo um generalista e não um especialista, e suas maiores aptidões desestimuladas, onde possivelmente será o caminho em que ele decidirá se graduar e seguir carreira.
    Apenas para encerrar essa temática, quero também salientar que o país se encontra em situação não favorável também por causa de uma educação deficitária devido a uma soma de fatores: falta de investimentos na área, escolas com infraestrutura precária, falta de valorização dos professores, e professores desqualificados ou desinteressados no aluno (o que não posso deixar de dizer que também tem ligação muitas vezes com as atitudes de muitos alunos que “não querem nada com nada”). Um exemplo de problema desses aspectos são os alunos que mesmo com péssimo desempenho escolar são aprovados ano após ano apenas pela justificativa de muitas vezes serem “diferentes” ou virem de famílias desestruturas e situações desfavoráveis com o intuito claro de “se livrar do problema”, ao invés de, por exemplo, proporcionar aulas de reforço, que deveriam ser consideradas obrigatórias nesses casos.
    Voltando ao foco principal dessa postagem, o que quero ressaltar é que o controle das finanças pessoais é muito importante, e por falta dele é que muitas pessoas passam por dificuldades financeiras e passam por dores de cabeça com suas finanças, e isso poderia ser evitado ou amenizado pelo menos se logo lá no início da formação escolar tais pessoas tivessem sido devidamente instruídas a lidar com o dinheiro.
    Quando se fala em dinheiro estamos nos remetendo ao campo denominado finanças pessoais, que é por sua vez definida como sendo a administração do dinheiro de que precisa uma família ou um lar para a sua subsistência. As pessoas devem analisar como obter esse dinheiro e como salvaguardá-lo em situações imprevistas.
     A questão de analisar e controlar as finanças pessoais diferentemente do que as pessoas pensam, não é um “bicho de sete cabeças”, sendo muito mais simples do que imaginam, porém é bem verdade que exige empenho, porém nada extraordinário. Abaixo coloco uma dica importantíssima pra quem quiser iniciar tal controle.
   O primeiro passo depois de decidido iniciar o controle é criar uma planilha (pode-se encontrar diversos modelos em uma busca simplificada no Google, escolha aquela que mais se adapte com sua realidade, ou até você mesmo, se tiver alguma habilidade com o Excel pode criar a sua própria) que é uma das mais importantes ferramentas nessa atividade. A planilha lhe servirá como uma compilação de suas receitas e despesas de forma que fique fácil a visualização dos dados e informações para que se tome as devidas decisões que se fizerem necessárias. Como escrevi anteriormente, o modelo não importa, o que importa é que você diariamente tome nota e lance nessa planilha todas (eu disse todas, seja o cafezinho, a “fezinha” na loteria, uma rifa, um chiclete, etc) as suas receitas e despesas (se possível, e é o ideal que se classifique corretamente cada gasto por tipo, para ao final do mês a análise ser de melhor qualidade). Outro ponto importante é começar esse controle no início de um novo mês para que a análise ao final daquele mês não fique “furada”, e espera-se que iniciada a sua utilização a planilha seja utilizada para sempre, pois esse simples controle lhe ajudará e muito, e o quanto antes o começar em sua vida, melhor. Ao final de cada mês deve ser feito a análise dos gastos lançados, e é nesse momento que serão tomadas as decisões e ficará evidente onde gasta-se demais, onde se pode ser economizado e o que pode ser evitado, etc.
    Porém não é só usar a planilha que você já estará “resolvido” financeiramente, ela é só uma ferramenta e outras atitudes e cuidados podem ser adotados para evitar problemas financeiros ou potencializar seus resultados, vejamos abaixo algumas medidas que podem e devem ser adotadas:
    - Com a planilha você vai identificar corretamente o quanto ganha e o quanto gasta, e não é preciso ser gênio pra saber que o resultado dessa conta tem de ser positivo, ou seja, os ganhos tem de ser maiores que os gastos, caso isso não esteja acontecendo é preciso fazer uma reengenharia financeira para inverter esse quadro, seja economizando, se desfazendo de algum bem que gere gastos, ou até trocando o emprego por um que gere uma receita maior.
    - Em complemento ao item acima descrito, no caso de você fazer uma nova aquisição, antes de se endividar, deve garantir que esse novo gasto não gerará um extrapolo e um gasto maior que os ganhos. Ressalto que o segredo do “sucesso” em finanças pessoais não é o quanto se ganha, mas sim o quanto se gasta, por isso comece agora mesmo a colocar em prática o que aqui estou por escrever, pois se você ganha, por exemplo, R$ 2.000,00 e gasta R$ 1.500,00, lhe sobrará R$ 500,00 e da mesma lhe sobrará R$ 500,00 se você ganha R$ 1.000,00, mas gasta apenas R$ 500,00.
    - Caso você já esteja endividado e não consegue reverter o quadro tão fácil através de medidas acima já descritas, o primeiro passo é assumir a dívida, dever não é feio nem é pecado, feio é ser caloteiro, por isso você deve procurar primeiro quitar aqueles débitos com maior taxa de juros e aqueles de itens essenciais, como energia elétrica, água, etc. Uma forma pode ser fazendo um empréstimo ou a portabilidade da dívida se esta for com alguma instituição financeira (essa opção é recente no mercado). No caso da portabilidade esta pode ser muito vantajosa, pois você pode encontrar taxas de juros mais baixas daquelas praticadas no contrato atual que se esta em dívida, especialmente se você pesquisar entre as instituições financeiras (nesse caso, e também no da necessidade de contratação de empréstimos destaco as cooperativas de crédito, que vem ganhando muito mercado atualmente por dar mais benefícios aos seus cooperados se comparado aos bancos em relação aos seus correntistas, isso em especial devido muitas vezes as taxas de juros serem substancialmente menores).
    - Se você já esta com a balança positiva é essencial guardar um pouco, é óbvio que você pode gastar um pouco dessa “sobra” com entretenimento, porém não deve exagerar, pois um exagero hoje pode significar um aperto no futuro, e do contrário uma pequena reserva hoje pode significar uma grande conquista no futuro. Para conseguir guardar, minha dica é que se você tem essa possibilidade isso é a primeira coisa que deve fazer após receber as suas receitas, isso porque se deixarmos para guardar no final do mês, quase que por via de regra ocorre de que esse dinheiro que esta sobrando acabar sendo gasto com algo supérfluo.  Ainda nesse “gancho” não importa o quando se guarda, mas o importante é guardar, pois como diz aquele ditado: “de grão em grão a galinha enche o papo”. Nesse item ainda se tiver como, também se aconselha aplicar esse valor guardado, e como no caso da contratação de um empréstimo ou financiamento, pode-se pesquisar para encontrar alternativas de investimento que possuem uma maior rentabilidade, pelo menos maior que a poupança, e são várias as alternativas e seguras tanto quanto.
    Além de controlar as finanças pessoais, é mais que necessário ter uma cultura de planejamento (definido como a determinação de um conjunto de procedimentos, de ações, etc, com o intuito à realização de determinado projeto), o que muitos poucos tem ou fazem, pois o planejamento é base para as nossas tomadas de decisões, sendo ele o nosso norte. Sem planejamento ninguém chega a lugar algum. Deve-se realizar planejamento para determinados ciclos (1 ano, 3 anos, 5 anos, etc), definindo as metas e o que será feito para alcançá-las.
   Lembre-se que por maior que sejam os seus projetos todos eles começam pequenos e isso é válido tanto para as finanças quanto para projetos de outra ordem, como de estudo ou amorosos, etc.
    Agora que você viu como é fácil controlar suas finanças e a importância de se fazer planejamento, é só colocar em prática, pois seguindo essas dicas eu aposto que você terá menos preocupações e menos dor de cabeça comparado àqueles que deixam as coisas simplesmente “rolar”. Boa sorte!
Jean Carlos Petri
Formado em Administração ênfase em Finanças

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